A IA entrou nos videogames como um experimento; hoje, mais de 80% dos desenvolvedores não conseguem produzir sem ela
A IA deixou de ser um experimento único para se tornar um elemento permanente na criação de videogames. Estudos confiam em sua eficiência, mas não têm certeza de como realmente medir seu valor. Direitos, licenças e emprego tornaram-se o grande campo de batalha.
Os dados falam por si: 87% dos desenvolvedores de videogames já utilizam agentes de inteligência artificial em seu trabalho diário, de acordo com uma pesquisa realizada em cinco países pelo Google Cloud e pela Harris Poll entre 20 de junho e 9 de julho de 2025. Não se trata de uma promessa futurista nem de uma moda passageira: a IA se tornou um recurso operacional no processo de criação, com um papel tão significativo que muitas equipes não sabem mais como trabalhar sem ela. Este parece ser o início de um novo equilíbrio de poder em um setor que movimenta bilhões de dólares a cada ano.
A transição foi silenciosa, mas profunda. Em poucos anos, ferramentas que antes eram testadas em fases muito limitadas de desenvolvimento, como testes ou geração ad hoc de conteúdo, tornaram-se uma parte mais central da indústria. A mudança se deve, em parte, à crescente pressão sobre os estúdios: após uma onda de demissões em 2024 e o fechamento de várias equipes, a indústria buscou maneiras de reduzir os prazos de entrega, reduzir custos e continuar competindo em um mercado onde os players exigem mais e mais rápido. A inteligência artificial preencheu totalmente essa lacuna.
Agentes de IA: O que são e onde se encaixam
Nesse contexto, o papel dos "agentes" de IA tornou-se fundamental. O relatório os define como sistemas de software capazes de perseguir objetivos com certo grau de autonomia — raciocínio, planejamento e memória — e de processar texto, voz, código, áudio e vídeo. Dos 87% que ...
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