Mantendo a calma durante a maior parte de seu depoimento ao Conselho de Ética do Senado, o senador Antonio Carlos Magalhães invocou por diversas vezes a imagem da Casa como motivo para ter mantido em segredo a violação do painel de votação. Uma das únicas vezes que o ex-presidente do Senado perdeu a calma foi quando o senador Antero Paes (PMDB-MT) perguntou porque ele não tomou providências após saber da história. Foi quando ele se exaltou pela primeira vez. "Eu nunca prevariquei na minha vida", reagiu.A calma é apontada como ponto favorável ao senador baiano por seus aliados. Segundo o senador Waldeck Ornélas (PFL-BA), em nenhum momento ele considerou que o episódio da violação do painel eletrônico do Senado pudesse levar à cassação de ACM. Ele acredita que tanto os senadores quanto a opinião pública vão reavaliar suas posições após a declaração do ex-presidente do Congresso de que manteve o sigilo da lista e não puniu o senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) ou a ex-diretora do Prodasen, Regina Célia Borges, para preservar a instituição.
O deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) considera que Antonio Carlos está se saindo muito bem no depoimento, convencendo os senadores e dando declarações condizentes com os fatos.
As declarações dos congressistas, tranqüilas a respeito da situação de ACM, entram em contradição com o clima quente no corredor do plenário do Conselho de Ética do Senado. Além da alta temperatura ambiente, é grande a movimentação de repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e parlamentares que, de tempos em tempos, deixam o plenário para manifestar suas impressões sobre o depoimento à imprensa. Também circulam pelos corredores um batalhão de garçons, que servem café, chá e lanches aos senadores que assistem ao depoimento.
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