Quais as suspeitas de aneurisma? Neurocirurgião explica

O aneurisma não causa sintomas até que se rompa, levando ao sangramento e, assim, à uma hemorragia. Veja o que fazer sob alerta

14 mai 2024 - 19h00
(atualizado em 15/5/2024 às 17h01)

A dor de cabeça, ou cefaleia, é um problema extremamente comum no Brasil. Dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia apontam que cerca de 140 milhões de pessoas sofrem com o problema no país, representando mais da metade da população. Apesar de comum, dependendo da intensidade o sintoma pode indicar um aneurisma.

Quais as suspeitas de aneurisma? Neurocirurgião explica
Quais as suspeitas de aneurisma? Neurocirurgião explica
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

De acordo com o neurocirurgião Dr. Victor Hugo Espíndola, dores de cabeça atípicas que não melhoram com medicação são um estado de alerta. Além disso, o médico chama atenção para aqueles desconfortos constantes que apresentam piora. Nesses casos, é importante procurar atendimento médico. Isso porque há chances de se tratar de um aneurisma cerebral.

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Aneurisma cerebral

Os aneurismas cerebrais são dilatações saculares (em formato de balão) na parede da artéria. Em caso de rompimento, o quadro é bastante grave, levando a um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. 

"Normalmente, os aneurismas são silenciosos, e não dão dores de cabeça e nem outros sintomas até que se rompam. Infelizmente, na grande maioria dos casos, a gente descobre depois que rompeu, e aí o paciente realmente tem todas as consequências desse sangramento", diz o médico. 

No caso de aneurismas grandes, com mais de dois centímetros, os pacientes podem apresentar alguns sintomas e sentir uma espécie de dor. "Ele pode começar a comprimir as estruturas cerebrais e aí provocar sintomas, como dor de cabeça, alteração da visão, perda de movimento de um lado e do outro do corpo. No entanto, são casos mais raros", aponta o especialista

Tratamento deve ser rápido

Na suspeita de um aneurisma, é preciso buscar atendimento médico de urgência. Isso porque, conforme o neurocirurgião, a principal complicação de um aneurisma é o sangramento retornar. Quanto mais isso acontece, maior a gravidade do problema. 

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"O paciente tem que ficar internado durante muito tempo para ver como o cérebro do paciente vai reagir a esse sangramento", diz Victor Hugo. Segundo ele, a taxa de mortalidade nesses casos é acima de 30%. Além disso, mais da metade dos pacientes saem do hospital com sequelas.

"Hoje a nossa luta é para tentar diagnosticar precocemente o aneurisma. Ou seja, antes deles romperem. Para isso, a gente tem exames não invasivos que já são bem difundidos na prática clínica como a angiotomografia ou a angioressonância, que não trazem nenhum risco para o paciente", finaliza o médico.

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