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Papa diz que revolta com reação da Igreja a abusos sexuais é justificada

25 set 2018 - 11h40

O papa Francisco disse nesta terça-feira que jovens de todo o mundo têm razão de se revoltarem com a maneira como a Igreja Católica tem lidado com escândalos de abuso sexual, enquanto a instituição enfrenta uma onda de novos casos em países como Chile e Alemanha.

Papa Francisco durane discurso em Tallinn, na Estônia 25/09/2018 REUTERS/Max Rossi
Papa Francisco durane discurso em Tallinn, na Estônia 25/09/2018 REUTERS/Max Rossi
Foto: Reuters

Francisco, no encerramento de uma viagem de quatro dias pelos países bálticos, se tornou alvo de críticas de grupos de vítimas e de outros membros da Igreja que o acusam de não ter feito o suficiente para responsabilizar bispos por administrarem mal ou acobertarem casos de abuso.

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"Eles ficam revoltados quando não veem condenações claras de escândalos sexuais e econômicos", disse o papa a cerca de 1 mil jovens reunidos em uma igreja luterana na capital da Estônia, Tallinn.

Francisco se pronunciou horas antes de um prazo para a Igreja Católica alemã apresentar um relatório sobre seu registro de abusos sexuais, cujas descobertas foram vazadas à revista alemã Der Spiegel no início deste mês e mostram que quase 1.700 de clérigos e padres abusaram sexualmente de 3.677 menores de idade durante um período de 70 anos encerrado em 2014.

Um estudo semelhante feito no Estado norte-americano da Pensilvânia abalou a Igreja Católica dos Estados Unidos em agosto, e na semana passada o número de bispos chilenos que renunciaram devido a um escândalo de abuso sexual recente subiu para onze.

Francisco escreveu uma carta inédita a todos os católicos no mês passado, pedindo que cada um deles ajude a extirpar "esta cultura de morte", e no ano passado disse que a Igreja "chegou tarde" para lidar com os abusos sexuais de crianças cometidos por padres.

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A Igreja também sofreu uma série de escândalos de fraude. Francisco fez da limpeza das finanças nebulosas do Vaticano uma prioridade desde que foi eleito em 2013. Um relatório de abril da Autoridade de Inteligência Financeira da Santa Sé mostrou que as reformas concebidas para acabar com décadas de má conduta estão bem enraizadas.

A Estônia, última parada da turnê de três países do papa, só tem cerca de 4.500 católicos, ou cerca de 0,4 por cento de seus 1,3 milhão de habitantes, de acordo com um censo de 2011. A maioria disse não se identificar com nenhuma religião.

Francisco volta a Roma na noite desta terça-feira.

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