Lei de extradição de Hong Kong é oficialmente anulada, mas medida não deve conter protestos

23 out 2019 - 12h10

O Legislativo de Hong Kong retirou formalmente nesta quarta-feira um projeto de lei que teria permitido extradições para a China continental, mas dificilmente a medida encerrará meses de tumultos, já que só atendeu uma das cinco exigências dos manifestantes pró-democracia.

Parlamentar pró-democracia Gary Fan protesta contra secretário de Segurança, John Lee Ka-Chiu
23/10/2019
REUTERS/Ammar Awad
Parlamentar pró-democracia Gary Fan protesta contra secretário de Segurança, John Lee Ka-Chiu 23/10/2019 REUTERS/Ammar Awad
Foto: Reuters

O grito de guerra dos manifestantes, que vandalizaram edifícios públicos da cidade sob controle chinês, atearam fogos nas ruas e atiraram coquetéis molotov na polícia, tem sido "cinco exigências, nem uma a menos", o que significa que a retirada do projeto de lei não deve fazer diferença.

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A líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse várias vezes que o projeto de lei está morto na prática e que as outras exigências, que incluem o sufrágio universal e uma anistia para todas as pessoas acusadas de revolta, estão fora do seu controle.

Os manifestantes também pedem a renúncia de Lam e um inquérito independente sobre a suposta brutalidade policial durante o verão de batalhas recorrentes nas ruas.

A polícia reagiu à violência com canhões de água, gás lacrimogêneo, balas de borracha e até com munição letal.

Os ativistas estão revoltados com o que veem como uma intromissão de Pequim na fórmula "um país, dois sistemas" da ex-colônia britânica, estabelecido durante a devolução do território em 1997, que permite à cidade liberdades ausentes no continente, como um Judiciário independente.

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O projeto de lei de extradição foi visto como a medida chinesa mais recente para erodir estas liberdades. A China nega tais alegações e acusa países estrangeiros de fomentarem tumultos.

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