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Após semana marcada por tensões, Lula e Lira se reúnem no Palácio da Alvorada

Na retomada dos trabalhos no Congresso, Lira fez críticas e cobrou cumprimento de acordo por parte do governo; encontro não consta em agenda

9 fev 2024 - 09h21
(atualizado às 09h26)
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e presidente da República, Lula (PT).
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e presidente da República, Lula (PT).
Foto: Veja

O presidente da República, Lula (PT), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) se reuniram na manhã desta sexta, 9, no Palácio da Alvorada, em Brasília. O encontro não consta na agenda de nenhum dos dois. Durante a semana, houve momentos de tensão política na relação entre o governo e a Câmara. A informação do encontro foi divulgada pela GloboNews e confirmada à coluna por auxiliares de Lula e Lira.

Na segunda, 5, quando o Congresso retomou as atividades, Lira fez um discurso duro cobrando compromisso do governo para cumprir promessas feitas. O deputado e seus apoiadores do centrão (partidos como PP, Republicanos, União Brasil) cobram a execução e direcionamento de emendas, além de defenderem que pautas já votadas não sejam rediscutidas na Casa.

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Entre os temas que alimentam esse embate estão o Perse, programa de ajuda emergencial ao setor de serviços, que o governo quer acabar gradualmente, a reoneração da folha salarial e os vetos de R$ 5,6 bilhões em emendas. Todos esses temas que o Planalto trabalha contra foram aprovados pelo Congresso. A maior queixa na Câmara recai sobre o ministro da articulação política, Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), com quem Lira rompeu relações desde o fim do ano passado.

"Vamos aprovar sempre o que for importante para o Brasil e para os brasileiros, mas não permitimos revisar matérias chanceladas por este Congresso Nacional", disse Lira em seu discurso, na segunda. Ele cobrou que o Orçamento seja dividido com o Congresso, o que altera o equilíbrio de forças no país, já que cabe aos congressistas votarem e montarem o Orçamento e ao governo eleito executar e cumprir o que foi definido.

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Um dos efeitos do mal estar causado pela fala de Lira aconteceu no dia seguinte. Na terça, 6, estava marcada uma reunião de líderes partidários da Câmara e do Senado com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) para discutir temas econômicos e pautas de votação. A reunião com representantes da Câmara foi cancelada, e apenas a do Senado - onde o governo tem melhor ambiente político - aconteceu. O encontro com deputados será remarcado para depois do Carnaval.

Na quinta, 8, durante agenda em Minas Gerais, Lula disse que conversaria com Lira "por esses dias" e que o país se aproxima do Carnaval, não sendo momento para "discurso duro". Ele ainda considerou que "acha" que Lira pode ter razão e que se o governo fez acordos através de Padilha ou do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem que ser cumprido.

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Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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