Velório de Ziraldo, cartunista famoso por 'O Menino Maluquinho', ocorrerá no Rio de Janeiro neste domingo, 7, sendo enterro previsto para as 16h30 no Cemitério João Batista, em Botafogo.
O corpo de Ziraldo está sendo velado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) neste domingo, 7. O cartunista morreu, aos 91 anos, na tarde de sábado, 6. A informação foi confirmada por parentes do desenhista e autor de obras como O Menino Maluquinho.
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De acordo com a assessoria do cartunista, o velório é aberto ao público no MAM, localizado na Avenida Infante Dom Henrique, número 85, no parque do Flamengo. O sepultamento está previsto para ocorrer às 16h30, no Cemitério João Batista, em Botafogo.
A movimentação no local tem sido grande desde cedo. Com caixão aberto, muitos se emocionam na despedida ao cartunista. Amigos, fãs, um, inclusive, com uma placa escrita 'Adeus, Ziraldo'; o deputado federal Marcelo Franco e alguns familiares, como Frederico Pinto, sobrinho de autor, passaram por lá.
Nas redes, muitas personalidades usaram as redes sociais para deixar uma mensagem de carinho e adeus ao cartunista. Entre eles, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou a trajetória do autor e enalteceu sua relação com a política.
De acordo com familiares, Ziraldo morreu dormindo em casa, na tarde do sábado, no bairro da Lagoa, zona sul do Rio. Ele estava com a saúde debilitada após sofrer três AVCs (acidente vascular cerebral) entre 2018 e 2022.
Em 2019, o autor chegou a ter que desmentir boatos sobre a própria morte. "Uma vez Menino Maluquinho sempre Maluquinho. Ziraldo firme e forte" é o que dizia a mensagem que acompanhava a foto de Ziraldo com o filho, Antonio Pinto.
Relembre a trajetória
Natural de Caratinga (MG), onde passou a infância, Ziraldo veio a se tornar um dos maiores nomes da literatura infantil do País. Desenhista desde a infância, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1957. Na década de 1960, se tornou um dos fundadores de O Pasquim, veículo combativo à ditadura militar, que vigorou entre 1964 e 1985.
Ziraldo começou a carreira em 1950, na revista Era uma vez... e se tornou responsável por uma folha de humor no A Folha de Minas, jornal onde publicou seu primeiro desenho, aos seis anos de idade, em 1939.
Em 1960, passou a trabalhar pelo Jornal do Brasil, veículo onde publicava artes políticas. Também, nessa época, passou a escrever histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista sobre a Turma do Pererê. Nesse período, também surgiram os personagens Mineirinho, Jeremias, o Bom e Supermãe.
Cinco anos depois, com outros humoristas, fundou o semanário O Pasquim, com artes emblemáticas e personagens irreverentes como o Graúna, Ubaldo e os Fradins. Integraram a publicação os artistas Millôr, Henfil, Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Ivan Lessa, Sérgio Augusto e Paulo Francis.
Ziraldo chegou a ser preso um dia após o AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968. Na ocasião, foi detido em casa e levado ao Forte de Copacabana. Seu primeiro livro infantil foi publicado em 1969, o FLICTS, e uma década depois, em 1979, se dedicou à literatura infantil.
Foi quando surgiu O Menino Maluquinho, em 1980, considerado seu maior sucesso e um dos maiores fenômenos editorais brasileiros.