O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu criticou nesta segunda-feira as declarações que a ex-ministra Marina Silva, agora no PSB, e o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, vêm fazendo contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Para Dirceu, Marina “acha que só ela tem legitimidade” e Campos “perdeu uma oportunidade de ficar quieto” ao “aderir ao corporativismo médico”.
Em texto publicado em seu blog, o ex-ministro classifica de “surpreendente” a aliança entre Marina e Campos. Segundo ele, a “dupla-parceira” continua a surpreender. “Mais pelo que diz, sem nenhuma sustentação na realidade, do que pelo que promete fazer e não faz: elaborar um programa para o país com base em ideias e projetos.”
Dirceu cita um texto que Marina publicou em seu blog com críticas à presidente Dilma Rousseff que, segundo ela, resolveu desengavetar o Programa Nacional de Agroecologia, lançado na semana passada, de olho nas eleições de 2014, em razão da “forte incidência da agenda da sustentabilidade no cenário político”. “A ex-ministra diz ainda que o plano tem metas 'tímidas'. Mas o Programa Nacional de Agroecologia tem previsão de desembolso de R$ 8,8 bi para o crédito agrícola, assistência técnica, extensão rural, inovações tecnológicas e compra de alimentos para programas federais”, argumenta Dirceu.
Segundo o ex-ministro, “ultimamente Marina está com o péssimo costume de só ver legitimidade e representatividade em suas ações e críticas”. “Ela esquece, completamente, suas origens no PT, pelo qual cumpriu dois mandatos de senadora, construindo nosso programa ambiental e exercendo em nome do partido a função de Ministra de Estado do Meio ambiente, quando reduzimos drasticamente o desmatamento da Amazônia.”
Campos e o corporativismo médico
No texto, José Dirceu também tece críticas à Campos. Ele diz que o provável candidato à Presidência “perdeu a oportunidade de ficar quieto” durante palestra na abertura do 51º Congresso Brasileiro de Educação Médica, em Olinda (PE), no domingo. “O governador considerou que o Programa Mais Médicos só foi necessário porque houve falta de planejamento do governo na saúde”, diz Dirceu.
“Dessa forma, não se conteve, fez coro com a corporação médica. Ao invés de defender o Programa Mais Médicos, apelou, veio com esse discurso de que falta planejamento para formar mais profissionais na área, quando todos sabemos que o problema não é a falta de médicos, mas o fato de que eles não querem ir para o interior de Pernambuco e para as regiões pobres do país. Nem mesmo nas grandes cidades eles querem ir para as periferias”, afirma o ex-ministro, completando: “Fora o fato que dobrou o número de universitários no país nos últimos 10 anos e criamos inúmeras faculdades de medicina. Isso Eduardo Campos sabe, mas por conveniência, dada a plateia para a qual falava, solenemente ignorou.”