Do doping ao top-20, Bia Haddad prova que não é surpresa

Tenista é o principal nome do esporte no Brasil e mostra potencial para alcançar resultados ainda melhores

19 ago 2022 - 12h23

Dificilmente você passou pela última semana sem esbarrar em alguma notícia sobre Bia Haddad. Mas se você não é alguém fã de tênis, ou ao menos admirador de esporte, talvez tenha se surpreendido com a aparição do nome.

Mas a verdade é que os resultados recentes não são uma surpresa. Bia é tenista desde os 13 anos, e sempre apontou rumo ao sucesso - que tem tudo para ser ainda maior -, mesmo passando por superações recentes, como a suspensão por doping, em 2019, e uma cirurgia para a retirada de um tumor na mão esquerda, em 2020.

Publicidade
Bia Haddad é a 16ª colocada no ranking mundial (Paul ELLIS / AFP)
Bia Haddad é a 16ª colocada no ranking mundial (Paul ELLIS / AFP)
Foto: Lance!

Ter sido a primeira brasileira a vencer uma número 1 do ranking e chegar à posição 16 do WTA são fatos incontestáveis, e que felizmente cooperam para que um esporte tão elitizado e pouco acompanhado pelo público geral se expanda com uma mulher à frente. 

Como curiosidade, a final do WTA 1000 de Toronto, no Canadá, disputada no último domingo (14), entre Bia e Simona Halep, fez com que a ESPN liderasse a TV por assinatura com quase o dobro de audiência do SporTV,  principal concorrente. Foi também a partida de tênis mais assistida da história do canal, superando Rafael Nadal x Novak Djokovic, em Roland Garros deste ano.

Domínio feminino

Entre os anos 1990 e 2000 o Brasil viveu um boom do tênis com Gustavo Kuerten, mas tanto antes quanto depois, foram as mulheres que escreveram seus nomes na história do esporte no Brasil.

Maria Esther Bueno é, até hoje, reconhecida mundialmente. A brasileira, uma das pioneiras, dominou o esporte nas décadas de 1950, 1960 e 1970, com 19 Grand Slams entre simples, duplas e duplas mistas. Com a criação tardia da associação de tênis feminino, em 1973, a melhor fase da carreira de Maria Esther não foi computada nos rankings, mas ainda assim ela era a atleta com melhor desempenho no País, tendo chegado à 29ª posição.

Publicidade
Maria Esther Bueno marcou a história do tênis mundial (Foto: William Volcov/Photo Press)
Foto: Lance!

Depois dela, Niége Dias, na década de 1980, e Teliana Pereira, já nos anos 2000, foram as únicas a conquistarem um título de simples da WTA. Na Olimpíada de Tóquio, no ano passado, o maior resultado - a medalha de bronze de Laura Pigossi e Luisa Stefani. Carol Meligeni, sobrinha de Fernando Meligeni, também é outro nome importante na atualidade.

Aos 26 anos, Bia chegou em um patamar único para o tênis brasileiro. Em um intervalo de dois meses, conquistou o primeiro título de WTA 250 na carreira (Nottingham, na Inglaterra, em 12 de junho), venceu nas duplas o mesmo torneio e, uma semana depois, venceu o WTA de Birmingham. Agora, em agosto, derrotou a número 1 do ranking, Iga Swiatek, no WTA 1000 de Toronto, onde foi vice-campeã, após derrota para Halep.

Se a meta (dita em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN, em fevereiro deste ano),  era terminar 2022 no top 50 do ranking, o objetivo foi mais do que cumprido. A 16ª posição é inédita, mas traz um gostinho de “quero mais”. O US Open, que começa em 29 de agosto, está aí para isso.

Tenista Laura Pigossi fala sobre bronze em Tóquio e relação com esporte
Video Player
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se