Campeão após 8 meses, Nadal diz: "espero que seja um recomeço"

Oito meses e seis dias depois, Rafael Nadal voltou a levantar um título neste domingo. Foi no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, onde superou o argentino David Nalbandian por 6/2 e 6/3 para se tornar bicampeão do Brasil Open, repetindo a história de 2005. "Espero que este seja um recomeço", resumiu o espanhol, em entrevista concedida após a partida. 

"Todos os títulos são importantes, independentemente do momento. Não são conquistados apenas por inércia", disse Nadal. "Este é mais um e é uma sensação muito bonita, afinal o que fica da carreira são os títulos".

Notícias relacionadas

Consistente, Thiago Wild bate russo e vai à 2ª rodada em Madri

"Muito fora da curva", diz número 3 do mundo sobre tenista brasileiro João Fonseca

Thiago Monteiro surpreende Tsitsipas e avança à 3ª rodada do Masters 1000 de Madri pela primeira vez

Na capital paulista, Nadal disputou o segundo torneio desde que se afastou do circuito para se recuperar de uma inflamação no tendão patelar (síndrome de Hoffa) e uma ruptura parcial no tendão rotuliano do joelho esquerdo. Na semana passada, havia sido vice-campeão do ATP 250 de Viña del Mar, sendo batido pelo argentino Horacio Zeballos. 

Ex-número 1 do mundo e atual número 5, o atleta foi campeão pela última vez como profissional em 11 de junho, quando bateu o sérvio Novak Djokovic na final de Roland Garros. No dia 28 do mesmo mês, disputou a última partida na temporada, na derrota para o checo Lukas Rosol na segunda rodada de Wimbledon. 

"Hoje (domingo) foi o dia em que me senti melhor depois de doer durante a semana. Se a sensação de dor diminui, eu posso jogar melhor", afirmou Nadal, que em São Paulo atuou com uma faixa branca localizada abaixo do joelho esquerdo. No último sábado, após vencer o argentino Martín Alund na semifinal, o espanhol havia se mostrado abatido ao comentar sobre as dores, dizendo que aquele era o "pior" dia para seu joelho desde o retorno às quadras.

Como profissional, Nadal só havia atuado no País em 2005, quando triunfou no mesmo Brasil Open, na época organizado na Costa do Sauípe. Naquela ocasião, o espanhol tinha 18 anos de idade, era o número 48 do mundo e venceu o compatriota Alberto Martín na decisão.

Aquele título, o segundo da carreira do jogador, marcou o início de uma grande fase para ele, que ainda em 2005 conquistaria Roland Garros e mais nove competições (Acapulco, Monte Carlo, Barcelona, Roma, Bastad, Stuttgart, Montreal, Pequim e Madri), fechando o ano como o vice-líder do ranking.

“Estou muito feliz de ganhar aqui no Brasil por duas vezes. Espero que este seja um recomeço”, disse ele, que usa a gira latino-americana de saibro como preparação para seu grande objetivo na volta às quadras: Roland Garros, Grand Slam no qual é o recordista de títulos, com o heptacampeonato.

Nadal, que na América Latina afirma se sentir “”muito mais perto de casa” do que em outras regiões do mundo, agora deixa São Paulo com destino a Acapulco, onde participará do ATP 500 mexicano, também no saibro, a partir de 25 de fevereiro.

Pensando apenas em Acapulco, o espanhol não quis garantir neste domingo se vai competir Masters 1000 de Indian Wells, a etapa seguinte de seu calendário. "Temos de ver como responde o joelho. Depois veremos se estamos preparados", disse.

O torneio nos Estados Unidos, que começa em 7 de março, é organizado sobre quadras duras, as consideradas mais agressivas para o joelho do jogador. “Quando o joelho vai melhor, tudo vai melhor. São meses de sofrimento e de sensações negativas contínuas. Quando essas sensações desaparecerem, ajuda”, afirmou.