Robson Luiz Mendonça, mais conhecido como Mc Mingau da CDD, é um homem com histórias para contar. Aos 53 anos, o carioca viveu o seu auge como artista quando era dançarino do Bonde do Tigrão, grupo de funk do Rio de Janeiro, precursor do movimento do “passinho” e que fez sucesso estrondoso nos anos 2000 com o hit “cerol na mão”.
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“A música é uma coisa impressionante. A gente não espera que vai estourar porque a gente não conhece a cabeça do público, mas ‘vou passar cerol na mão’ virou sucesso dentro e fora do Brasil. Caiu no gosto da galera”, relembra.
Atualmente, porém, mesmo que ainda viva da arte enquanto rapper com gravações de músicas e clipes no YouTube, Mc Mingau ocupa boa parte da rotina como instrutor de skate. Ele possui um projeto social na Cidade de Deus, local onde mora, em que ensina crianças e adolescentes a andar sobre quatro rodinhas e fazer manobras.
Foi de cima de um skate, inclusive, que Robson caiu, lesionou-se e, por causa da intensa rotina de apresentações enquanto se recuperava, teve que deixar o Bonde do Tigrão há cerca de doze anos. “Caí e quebrei o punho. Tinham muitos shows na época, eles não podiam me esperar e colocaram outro. Senti muita falta no início, principalmente das viagens. Ficava em casa descansando e lembrando”, conta.
Apesar da saída, o artista guarda muitas memórias dos antigos colegas de trabalho, com quem mantém relação até os dias atuais. Entre eles, cita até um, em especial, com quem conviveu na infância. “O MV Bill vivia na minha casa”, diz, para depois recordar as aventuras dos tempos de dançarino. “Saí até do país, mas fui pertinho. Argentina e Paraguai. Fiz abertura de show em trio elétrico, lugar gigante, essa foi marcante”.
A conversa com a reportagem do Terra aconteceu durante a WSL Pro Prainha 2025, sétima etapa do Qualifying Series (QS) sul-americano. O evento acontece até o dia 13 na Prainha, zona oeste do Rio. Enquanto os surfistas pegam as melhores ondas no mar, o ex-dançarino é o responsável pela montagem de uma pista de skate no local. Além do mais, Mingau também dá aulas para o público presente que deseja se aventurar.
“Conheci uma galera e eles me chamam para os eventos. Eu tomo conta e recebo crianças que queiram participar. Até os 14 anos eu também surfava, mas depois essa galera da minha favela ficou mais destacada e o meu gosto foi o skate”, encerrou.