No início tudo eram flores. O Flamengo aplicou goleadas históricas em grandes rivais, como São Paulo e Grêmio, e voltou a lembrar o time dirigido por Jorge Jesus em 2019. A euforia era tanta que houve até o temor de torcedores de que Renato Gaúcho pudesse assumir a Seleção brasileira e assim desfalcar o clube.
Mas o tempo, muitas vezes, é cruel e a bonança pode ser o prenúncio da tempestade. Isso se encaixa ao futebol apresentado pelo Flamengo nos últimos jogos. Apesar de desfalques de jogadores talentosos como Bruno Henrique, Arrascaeta e Pedro, não se deve associar a inoperância do time a essas ausências.
Contra o Fluminense, no sábado (23), Gabigol também esteve fora. Não se sabe se com ele o Fla teria evitado a derrota para o rival por 3 a 1. O que é analisável é a forma como o time se comportou. Sem variações táticas, sem nenhuma jogada ensaiada, sem criação e sem infiltração, traduzidas na incapacidade de superar a marcação adversária, o Flamengo foi presa fácil para o Tricolor.
O que se viu nas cadeiras do Maracanã durante o clássico pode soar como alerta a Renato Gaúcho. Já existe entre os torcedores rubro-negros focos de insatisfação contra o técnico. A lua de mel que durava alguns meses apresenta os primeiros sinais de desgaste.
Os próximos dias vão ser determinantes para o futuro da relação e a classificação para a final da Copa do Brasil, na quarta (27), derrotando o Athletico-PR no Rio, é o caminho mais rápido para apaziguar o ambiente. Mas, se for eliminado pelo time paranaense, em pleno Maracanã, a crise será inevitável.
