Germán Ezequiel Cano Recalde. Ou só Cano mesmo. Quatro letras. Simples como é este centroavante que consegue ser moderno e raiz ao mesmo tempo. Argentino desde que nasceu. Tricolor de coração desde os 34. Agora, com 35 anos, escreve sua mais bela história. Fazendo algo que ninguém mais faz melhor do que ele no mundo atualmente.
São 36 gols na temporada. Nem o tal cometa Haaland fez isso. Só Germán Cano. Com o talento que lhe foi dado pra balançar as redes. Abençoado por João de Deus. Muito graças ao camisa 14, o Fluminense está na sua segunda final de Libertadores. Merecidíssimo.
O Fluminense, de Cano, vai ser campeão da Libertadores, em novembro, na finalíssima, no Maracanã? Não sabemos. Mas Germán estará lá. Pronto pra decidir. Como fez até aqui. Ídolo verde, grená (a cor do sangue do encarnado de acordo com a letra do hino) e branco. Cada vez mais próximo da eternidade. Faz o L.
A dupla mortal
Em um jogo que parecia ser trágico para o Fluminense, no último ato, Germán Cano decidiu com passe para o garoto de ouro John Kennedy e um gol que classificou o time para a final. O clichê nunca foi tão necessário: uma virada épica. Internacional 1 x 2 Fluminense. A personagem rodrigueana Sobrenatural de Almeida ria copiosamente enquanto Enner Valencia perdia oportunidades incríveis. Sobrenatural mudou de lado e, agora, não atrapalha mais o Flu? Virou a casaca? É Tricolor agora? Quem sabe? Coisas do além! Cano contava com a ajuda espiritual do Gravatinha.
São anos sensacionais de Germán, que fez 44 gols em 2022. O argentino, em duas temporadas, tem 80 com o uniforme do Fluminense. Impressionante.
John Kennedy merece destaque também. Entrou no segundo tempo e ajudou a mudar o rumo da partida. Considerado sem futuro em determinado momento pela torcida e por dirigentes, o jovem atacante teve atuações de gala em alguns jogos muito importantes. É o vice-artilheiro da Máquina do Flu no ano com oito gols.
No Beira-Rio lotado, o já citado Gravatinha reapareceu, com a novidade de estar fora do Maracanã e do Rio de Janeiro, e deu aquela força para o Fluminense ter a nova chance, depois de 15 anos, de se tornar campeão da Libertadores. Como escreveria o teatrólogo, escritor e jornalista Nelson Rodrigues, vivos e mortos lutaram por esse desfecho para o Tricolor. Nelson comentaria, na 'Grande Resenha Facit', que os admiradores do Internacional sentaram no meio-fio e choraram lágrimas de esguicho.
Com as sandálias da humildade, que venha a taça? Esse é o desejo dos torcedores tricolores e de muitos apreciadores do bom futebol que não torcem para o Fluminense.
Abraços boleiros, rodrigueanos e dinizistas.