O Tribunal da Magistratura de Pretória voltou a adiar nesta quarta-feira, até amanhã, a decisão sobre a concessão ou não de fiança para Oscar Pistorius, acusado de assassinar sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp.
O juiz Desmond Nair pediu às partes para retomarem a sessão amanhã. O policial e chefe da investigação do caso, Hilton Botha, foi ouvido hoje após ser convocado como testemunha pela promotoria.
Botha foi chamado pelo promotor Gerrie Nel para sustentar seu pedido de rejeição à concessão de liberdade mediante o pagamento de fiança para o acusado.
O juiz perguntou à testemunha se ela acredita que um atleta olímpico reconhecido internacionalmente como Pistorius poderia tentar fugir para outro país. Botha respondeu em seguida: "É possível".
A promotoria acusa Pistorius de homicídio premeditado, enquanto o único suspeito do crime, o próprio atleta, afirma que disparou através da porta do banheiro ao confundir sua namorada com um ladrão que teria invadido a casa.
Questionado pelo promotor, Botha disse ter declarações de dois vizinhos que teriam escutado gritos na casa de Pistorius, antes da morte da modelo.
No entanto, a defesa argumentou que os vizinhos vivem longe da residência do atleta e não detalharam se os gritos vinham da casa dele.
Pistorius explicou ontem, durante a audiência, que matou sua namorada através da porta do banheiro que estava fechada, pois pensou que atirava contra um invasor que tinha entrado em sua casa.
O corpo da jovem foi cremado ontem em uma cerimônia privada realizada pela família na cidade de Port Elizabeth.
Na quinta-feira passada, a polícia sul-africana acusou formalmente Pistorius do suposto assassinato de sua namorada, que foi encontrada morta na madrugada desse mesmo dia na casa do atleta em Pretória.
Pistorius foi o primeiro atleta paralímpico a participar dos Jogos Olímpicos (Londres 2012), conseguindo se classificar para as semifinais da prova dos 400 metros rasos.