Brasil dá adeus a Lyon com campanha recorde e animado por promessas

28 jul 2013 - 08h15
(atualizado às 08h15)
<p>Alan Fonteles, com três ouros, foi um dos destaques do Brasil no Mundial de Lyon</p>
Alan Fonteles, com três ouros, foi um dos destaques do Brasil no Mundial de Lyon
Foto: Washington Alves/MPIX/CPB / Divulgação

Chegou ao fim neste domingo, com a disputa da maratona, o Mundial Paralímpico de Atletismo. Para o Brasil, a competição significou a melhor participação na história do País. Apesar de igualar a terceira colocação no ranking geral de medalhas obtido em 2011, em Christchurch, Nova Zelândia, a equipe brasileira teve quatro ouros a mais, terminando o torneio disputado em Lyon com 16 conquistas, além de dez pratas e 14 bronzes (um total de 39 medalhas).

Verônica Hipólito é uma das promessas do Brasil para os Jogos de 2016
Foto: Márcio Rodrigues/MPIX/CPB / Divulgação

"O objetivo nosso aqui era realmente ter uma campanha superior à Nova Zelândia dois anos atrás. É muito difícil no Mundial Paralímpico prever ou fazer objetivos sobre medalhas. Como na Paralimpíada não fazemos a avaliação assim, fazemos em colocação no ranking", afirmou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons.

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Para conquistar seus ouros, o Brasil viu a aposta em medalhões funcionar. Alan Fonteles, Terezinha Guilhermina e Odair Santos venceram três provas cada um, enquanto Lucas Prado teve dois triunfos. Para o CPB, entretanto, isto é importante, mas não fundamental no trabalho feito em Lyon.

Para a chefia do Comitê, o bom resultado de paratletas jovens é algo a ser comemorado. Estreantes em Mundiais, Lorena Spoladore e Verônica Hipólito venceram ouros. Outras promessas, como Alex Pires e Yeltsin Jacques, também subiram ao pódio com pratas e bronzes.

"O mais importante é a revelação de jovens talentosos e a quantidade de atletas que conquistaram medalhas. Temos uma concentração não muito grande. Os ouros estão em vários atletas, não são só em um ou dois. Melhor ainda, esses jovens estão surgindo  com grandes resultados, como o Alex, a Lorena e a Verônica", destacou Parsons.

“Quando você tem essa revelação e a manutenção dos medalhões, mostra que estamos levando a modalidade no caminho certo. Lyon mostra isso e é fundamental para seguirmos no caminho que queremos”, disse o presidente do CPB.

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O Brasil também teve como característica o grande número de atletas que medalharam. Dos 35 convocados, 24 subiram ao pódio. Ariosvaldo da Silva, o Parré, por exemplo, deixa a França com o bronze nos 100 m T53, a primeira medalha da história do País nas cadeiras de roda em um Mundial.

Odair comemora Mundial perfeito: "ouro, ouro e ouro"
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"No começo, era para ficar de olho nos talentos que estavam por vir. Não dava pra dizer quem seria, porque não podemos responsabilizar garotos em uma primeira competição. Mas tivemos oito atletas que tiveram pela primeira vez medalhas em um campeonato mundial. "Temos a Verônica, o Alex, a Lorena, o Yeltsin e também o velhinho Parré (36 anos), que tem um histórico de participações, mas atingiu o tempo de maturidade de dez anos para se formar um atleta", explicou Ciro Winckler, coordenador técnico da equipe brasileira de atletismo.

O primeiro lugar geral ficou com a Rússia, que termina o Mundial Paralímpico de Lyon com 26 ouros. Os Estados Unidos, que ultrapassaram o Brasil na reta final, é o segundo, com 17. "Existiram surpresas nessa competição. A Rússia está em uma evolução muito grande. Estados Unidos também. E há outros, como Polônia e Austrália, que podem fazer frente ao Brasil", listou Winckler.

Lorena Spoladore conquistou o ouro do salto em distância T11
Foto: Márcio Rodrigues/MPIX/CPB / Divulgação

Veja o desempenho completo do Brasil no Mundial de Lyon:

Ouro:

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Alan Fonteles – 100 m T43 – 10s80 (recorde do campeonato)

Alan Fonteles – 200 m T43 – 20s66 (recorde mundial)

Alan Fonteles – 400 m T43/44 – 48s58 (recorde do campeonato)

Jonathan Santos (Romarinho) – Lançamento de disco F41 – 43,11 m

Lorena Spoladore – Salto em distância T11 – 4,37 m

Lucas Prado – 100 m T11 – 11s45

Lucas Prado – 200 m T11 – 22s55 (recorde do campeonato)

Odair Santos – 1500 m T11 – 4min6s81

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Odair Santos – 5000 m T11 – 15min33s37

Odair Santos – 800 m T11 – 2min0s50 (recorde do campeonato)

Terezinha Guilhermina – 100 m T11 – 12s16

Terezinha Guilhermina – 200 m T11 – 24s74 (igualou recorde do campeonato)

Terezinha Guilhermina – 400 m T11 – 56s56 (recorde do campeonato)

Verônica Hipólito – 200 m T38 – 27s49 (recorde do campeonato)

Yohansson do Nascimento – 200 m T46 – 21s91 (recorde mundial)

Prata:

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Alex Pires – 1500 m T46 – 4min6s4

Alex Pires – 5000 m T46 – 15min10s82

Claudiney Santos – Lançamento de disco F57/58 – 44,94 m

Felipe Gomes – 100 m T11 – 11s68

Jerusa Santos – 100 m T11 – 12s80

Jerusa Santos – 200 m T11 – 26s45

Jonathan Santos (Romarinho) – Arremesso de peso F41 – 11,67 m

Verônica Hipólito – 100 m T38 – 13s26

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Yeltsin Jacques – 1500 m T12 – 4min3s82

Alan Fonteles, Yohansson do Nascimento, Bruno Araújo e Emicarlo de Souza - Revezamento 4x100 m – 41s72 (recorde nacional)

Bronze:

Alex Pires – 800 m T46 – 1min56s45

Ariosvaldo Silva (Parré) – 100 m T53 – 15s22

Claudiney Santos - Lançamento de disco F57/F58 - 45,65 m

Daniel Silva – 200 m T11 – 22s86

Edson Pinheiro – 100 m T38 – 11s30

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Ezequiel da Costa - Maratona T46 - 3h00min45s

Izabela Campos - Arremesso de peso F11 - 8,63 m

Jhulia Santos - 100 m T11 - 13s11

Leonardo Amâncio - Arremesso de peso F58 - 14,65 m

Sheila Finder - Salto em distância T46 - 5,14 m

Shirlene Coelho - Arremesso de peso F37 - 10,19 m=

Teresinha Santos - 400 m T46 - 59s31

Yeltsin Jacques – 800 m T12 – 1min56s59

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Yohansson do Nascimento – 100 m T46 – 10s99

*O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Fonte: Terra
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