Trabalhar para vencer na vida. Quem nunca ouviu uma frase como essa? Pois a música, em tom de crítica, traz justamente essa ideia: trabalhar constantemente, sete dias por semana. Em entrevista ao The New York Times Magazine, Marie Davidson revelou suas percepções sobre essa dimensão tão importante - mas, às vezes, estressante - da vida de qualquer pessoa. "Nós vivemos em uma sociedade que é baseada no trabalho - metas, conquistas, dinheiro. É um problema real - workaholism, exaustão, burnout."
4. Apeshit, de The Carters (2018)
O emblemático clipe do casal Beyoncé e Jay-Z, gravado dentro do Museu do Louvre, em Paris, traz uma série de significados nem sempre tão claros para os espectadores. A escolha da locação, por si só, já é simbólica, na medida em que traz negros - entre cantores e dançarinos - em um espaço de arte que não privilegia a história e a arte do povo negro.
5. Trauma, de Meek Mill (2018)
O título parece ser uma síntese da trajetória do cantor, que passou grande parte de sua vida adulta entre presídios e tribunais, devido a uma condenação na adolescência por porte de armas e drogas. Rapper de sucesso, sobretudo após o álbum Championships, Meek Mill tornou-se uma das principais vozes a denunciar as falhas dos sistemas prisional e de justiça criminal.
No Brasil
O Estado aproveitou a ideia e separou cinco recentes músicas brasileiras que comentam questões emergentes, como machismo e LGBTfobia.
1. Orgulho e Preconceito (2018), de Lulu Santos
Lulu Santos, que sempre foi muito discreto em seus relacionamentos, resolveu revelar, em 2018, o namoro com o baiano Clebson Teixeira. Aproveitou e compôs Orgulho e Preconceito, uma homenagem na qual discute a libertação sentida ao se assumir homossexual, bem como emite um grito contra a discriminação. "Ouça o coração mais que a um preconceito" é um dos principais versos.
2. Pela internet 2 (2018), de Gilberto Gil
Um dos nomes mais importantes da música brasileira, Gilberto Gil atualizou sua música Pela Internet, publicada em 1998. A nova versão traz citações a redes sociais, aplicativos, drones e vírus, realçando aspectos positivos da conectividade, mas também criticando a sociedade de informação rápida e rasa que se formou.
3. Dona de Mim (2018), de IZA
IZA, que declaradamente abraça causas ligadas às mulheres, é clara: ela é, mesmo, dona de si. A música traz versos como "Já não me importa a sua opinião", que aludem ao empoderamento crescente das mulheres nos últimos anos. O clipe de sucesso já passou das 50 milhões de visualizações no YouTube.
4. Água (2019), de BaianaSystem
Lançada no novo álbum O Futuro Não Demora, a música considera a água como um 'ouro em pó' e 'salvação'. Um claro apelo a um uso mais inteligente do recurso natural, que já é considerado o 'petróleo azul' e alvo de guerras onde é escasso.
5. Todos os olhos em nóiz (2018), de Emicida e Karol Conka
A música trata, basicamente, de racismo. Reflete sobre olhos questionadores quando negros ascendidos socialmente passam a frequentar lugares nos quais a população branca é maioria. "Safári deprimente / Rato pensando que é rinoceronte" são alguns dos versos fortes que provocam reflexão.