Sarados e tatuados: movimento de 'padres moderninhos' cresce pelo mundo

Alguns relatam aumento de fiéis na igreja após se tornarem influenciadores; veja quem são

28 jul 2025 - 13h20
(atualizado às 14h41)
Resumo
O uso de redes sociais por padres modernos tem atraído novos fiéis, gerado controvérsias e demonstrado ser uma ferramenta estratégica promovida até pelo Vaticano para adaptar a Igreja aos desafios do século XXI.
Cosimo Schena, Ambrogio Mazzai e Giuseppe Fusari
Cosimo Schena, Ambrogio Mazzai e Giuseppe Fusari
Foto: Reprodução | Instagram

Na Itália, cresce um novo movimento de “padres moderninhos”. Eles são jovens, cuidam do corpo e costumam usar as redes sociais para mostrar a rotina e espalhar a palavra. Dentro da ala mais conservadora do catolicismo, eles não costumam ser bem vistos, mas é inegável que estão ganhando espaço.

Um bom exemplo de “padre moderninho” é Ambrogio Mazzai. Ele deixou a vida de influenciador fitness — na qual dava dicas de exercícios e boa forma para seus seguidores — para seguir o caminho religioso.

Publicidade

E, para quem acha que ele deixou de se movimentar após atender ao chamado divino, se enganou: a diferença é que agora, em vez de focar em algo apelativo, ele mostra sua rotina pedalando e sua paixão pela música, o que continua embalando sua base de seguidores, que aproveitam as “doses” de orientação religiosa e sua beleza.

Ambrogio Mazzai
Foto: Reprodução | Instagram

"Que homem lindo é o nosso Padre!", escreveu um seguidor em uma postagem do padre no Instagram. "Você é muito bonito e muito elegante!", disse outro admirador.

Somando TikTok e Instagram, Ambrogio tem mais de 460 mil seguidores nas redes sociais — um número bastante relevante no ambiente digital. Entre os seus fãs, está Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro da Itália. "Tudo começou por acaso em 2021, por sugestão de um jovem da minha paróquia. Não achei que fosse uma boa ideia. Nunca imaginei que pudesse ter um impacto tão grande", contou o padre ao Telegraph.

Outro exemplo é o padre Giuseppe Fusari, de 58 anos, que atua na cidade de Brescia, na Itália. Com mais de 60 mil seguidores no Instagram, ele ganhou o apelido de “padre fisiculturista” por seus músculos volumosos.

Publicidade

Entretanto, ao mesmo tempo em que recebe elogios pela boa forma, também recebe críticas pela 'vaidade'. Segundo ele, a maioria dos seus seguidores tem entre 25 e 55 anos, e muitos estavam desiludidos com a religião quando ele começou a produzir conteúdo na rede. "Espero que isso aproxime as pessoas da Igreja. Há muita curiosidade, e estou convencido de que as mídias sociais são uma forma de atrair pessoas", disse ele.

Ainda em declaração ao veículo britânico, o padre relatou uma situação em que um seguidor lhe questionou sobre as tatuagens. "Não há dogma, me desculpe. E não é diferente: a Igreja nunca falou contra tatuagens, nem com documentos nem com dogmas. Mas você é livre para pensar como quiser."

O padre Cosimo Schena, da paróquia de San Francesco, em Brindisi, na Itália, também está entre os “padres moderninhos” que se dividem entre a batina e a rede social. Segundo ele, o número de fiéis em sua igreja dobrou depois que ele começou a se dedicar ao ofício de criador de conteúdo digital.

Conforme o veículo estrangeiro, nesta semana, mil missionários digitais de todo o mundo vão se reunir em Roma, na Itália, para discutir o papel das mídias sociais na Igreja. A ideia é planejar estratégias para conter o declínio de católicos pelo mundo. Vale ressaltar que o papa Francisco vê as mídias como ferramenta essencial para a Igreja no século XXI.

Publicidade
Cosimo Schena
Foto: Reprodução | Instagram
Fonte: Redação Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se