Belíssima em seus 50 anos, a atriz Michelle Pfeiffer está em Berlim para apresentar Chéri, uma nova parceria com o inglês Stephen Frears, que a dirigiu em Ligações Perigosas (1988). Mas Michelle, claro, não é o "chéri" (querido, emfrancês) do título. O "chéri", no caso, é Fred (Rupert Friend), o jovem a quem a cortesã interpretada pela atriz seduz e fica obsessiva.
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A diferença de idade não é exatamente o maior empecilho entre os dois, mas sim a vontade da mãe do garoto (Kathy Bates) em casá-lo por um bom dote. O casamento acontece e os amantes se separam. Na entrevista com a imprensa, um jornalista comparou o envelhecer da personagem com o envelhecer de uma atriz em Hollywood, que oferece poucos papéis para mulheres com mais de cinqüenta anos.
"Não tenho medo pessoal de envelhecer e nem profissional; ainda não passo por isso na carreira, Hollywood ainda está funcionando", respondeu a atriz.
Chéri parte de uma novela da escritora francesa Colette (1873-1954) que se passa na Belle Époque francesa, um período de ouro na virada do século 19 para o 20 e encerrado com a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Por esse cenário de sonho que termina com uma crise mundial, assim como em Ligações Perigosas, Frears foi perguntado se o filme não pode ser associado com os dias atuais pela platéia.
"Acho que uma coisa não tem nada a ver com a outra; os filmes de Fred Astaire, por exemplo, foram gerados a partir de uma crise, eram ótimos como escapismo", respondeu o cineasta. "Acho que o meu filme pode ser visto pela mesma ótica, não é um filme pessimista".