Nos últimos 3 meses, três casos de uso de Inteligência Artificial indiscriminado em filmes de grande orçamento em Hollywood deixaram espectadores e sindicatos novamente em estado de alerta. Um deles aconteceu recentemente no documentário da Netflix: “O Que Jennifer fez?”, que alterou fotos reais da vítima para mudar o sentido da história.
Ao contrário da maioria dos outros casos, estamos falando aqui de pessoas reais tendo seus registros fotográficos alterados, e até construídos, distorcendo a noção básica de realidade que é parte essencial de um documentário.
Pouco tempo antes, o filme Guerra Civil também sofreu algumas represálias quando o público descobriu que alguns dos pôsteres de divulgação foram feitos por inteligência artificial.
O mesmo aconteceu com o filme Late Night With the Devil, que ainda não estreou no Brasil, mas que já vem sendo criticado por algumas pessoas que já assistiram, por ter usado IA na criação de algumas das imagens que compõem vinhetas e cenas de transição.
_format(webp)-t844xe63bqr7.jpeg "Documentário da Netflix \"O Que Jennifer Fez?\" foi alvo de investigações dos próprios espectadores a respeito de possíveis manipulações de imagem.")
No ano passado, Hollywood enfrentou uma das maiores greves de sua história e um dos principais motivos era a falta de regulamentação da IA nos filmes - até alguns dos maiores atores da indústria tiveram medo de que suas faces e seus corpos pudessem ser substituídos por uma réplica digital.
Fora dos holofotes principais, a questão também tem ficado juridicamente complicada, a exemplo da atriz Scarlett Johansson, que ameaçou processar a OpenAI por colocarem a voz da nova versão do ChatGPT significativamente parecida com a de Johansson no filme Her, onde ela interpreta justamente um sistema operacional.
Ah, as ironias do destino...
Com todos estes exemplos, o que fica cada vez mais claro é que mesmo com a regulamentação em andamento, o uso da Inteligência Artificial pode mudar e já está mudando a maneira como você consome filmes, séries de TV e obras de arte no geral.
E se ela ameaça substituir alguns dos atores mais importantes da indústria do cinema atual, imagine então o que ela não pode fazer conosco.
Matéria por Ygor Palopoli com informações de Laysa Zanetti.
