Cientistas brasileiros criam método para atrasar o amadurecimento de frutas e combater desperdício

Solução se fundamenta em nanopartículas poliméricas biodegradáveis e biocompatíveis que contêm um doador de óxido

10 dez 2024 - 16h01
 O amadurecimento das frutas, causado pelo etileno, um hormônio gasoso que estimula a ação de enzimas que aceleram o processo de maturação
O amadurecimento das frutas, causado pelo etileno, um hormônio gasoso que estimula a ação de enzimas que aceleram o processo de maturação
Foto: Divulgação

O mais recente Relatório Diagnóstico sobre a Fome e o Desperdício de Alimentos no Brasil indica que anualmente mais de 45 milhões de toneladas de frutas, verduras e tubérculos são jogados fora no país, devido a falhas ou estarem em estágio avançado de maturação.

O amadurecimento das frutas, causado pelo etileno, um hormônio gasoso que estimula a ação de enzimas que aceleram o processo de maturação, diminui o tempo de consumo desses alimentos, especialmente em frutas de consistência firme, como o mamão, que tem uma durabilidade de apenas 2 a 3 dias quando armazenado em refrigeração.

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As pesquisadoras do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAgro), Joana Pieretti (Universidade Federal do ABC - UFABC) e Profa. Dr Dra. Amedea Seabra e Julia Veiga, da Universidade Federal do ABC - UFABC, sob a supervisão da Dra. Ilana Bron (IAC), sob a supervisão da Profa. Dr Dra. Neidiquele Silveira (Unesp) desenvolveu e registrou um método inovador para atrasar o amadurecimento.

A solução criada pelos pesquisadores se fundamenta em nanopartículas poliméricas biodegradáveis e biocompatíveis que contêm um doador de óxido nítrico, um composto que inibe a ação do etileno, diminui o estresse oxidativo nas células frutíferas e desempenha um papel regulatório nos processos de maturação. Após a colheita, as frutas podem ser tratadas com nanopartículas através de pulverização ou imersão em um líquido que contenha o composto.

A inovação possibilita prolongar a vida útil dos frutos, diminuir o amolecimento e restringir a perda de massa, tudo isso a um custo reduzido e com elevada eficiência. Em uma entrevista ao site do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável, Joana Pieretti destaca que a solução previne o desperdício e minimiza as perdas financeiras dos agricultores, devido a possíveis perdas nas fases de transporte e venda, além de impulsionar a produção e permitir o comércio internacional de frutas suculentas.

Além de trazer vantagens econômicas, também representa um progresso considerável para a sustentabilidade na agricultura.

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A tecnologia, ao diminuir o desperdício de alimentos, contribui diretamente para a redução do impacto ambiental ligado ao descarte de frutas e vegetais, que frequentemente resulta em grandes quantidades de resíduos orgânicos.

A implementação desta solução também pode contribuir para a segurança alimentar, pois possibilitará uma maior disponibilidade de produtos frescos por um período mais extenso, sem a necessidade de recorrer a métodos artificiais ou a conservantes químicos.

Fonte: Redação Byte
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