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Conheça as razões de quem defende os transgênicos

Adriano Floriani

 Reuters
Pesquisas com transgênicos prometem benefícios para a saúde humana
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Cientistas, produtores rurais e empresários do setor de biotecnologia descartam os riscos dos organismos geneticamente modificados (OGMs) e enumeram os potenciais benefícios para a saúde, o meio ambiente e a agricultura. Nesta edição, o Repórter Terra apresenta os argumentos de quem aposta nos transgênicos para melhorar as condições de vida e também a competitividade do agronegócio.

Se, por um lado, existem aqueles que denunciam os riscos associados aos transgênicos, por outro, há os que atestam a segurança dos OGMs para a saúde e para o ambiente. Os defensores dos transgênicos se baseiam na FAO, agência das Nações Unidas para alimentação, e na Organização Mundial de Saúde (OMS), que desenvolveram o critério da equivalência substancial, que tem orientado a análise da segurança alimentar dos alimentos provenientes da biotecnologia. Por esses critérios, as plantas geneticamente modificadas desenvolvidas até o momento têm composição equivalente às variedades convencionais, sendo, conforme a metodologia utilizada, tão seguras quanto.

As alegações de impactos negativos no meio ambiente também são contestadas. Cientistas e representantes da indústria agroquímica argumentam que as culturas transgênicas são um poderoso agente de preservação do ambiente, na medida em que os genes de resistência a pragas e de tolerância a herbicidas permitem a redução do uso de veneno nas lavouras.

Vantagens dos OGMs

Entre as principais vantagens dos cultivos geneticamente modificados estariam a capacidade para aumentar a produtividade agrícola, reduzir a aplicação de agrotóxicos, tornar os alimentos mais nutritivos e saudáveis e criar novos tipos de terapias e medicamentos. Até o momento, a maioria dos produtos com OGMs já liberados para a comercialização é basicamente direcionada para um maior nível de proteção de plantas. É a chamada "primeira onda" dos OGMs, na qual são mantidas as características dos produtos convencionais e a alteração genética apenas aumenta a sua durabilidade ou a proteção contra agressores externos.

Hoje existem sete principais culturas comerciais transgênicas no mundo: soja, milho, algodão, canola, arroz, batata e tomate. No entanto, cerca de 60 diferentes culturas transgênicas estão em teste para entrar no mercado futuramente. Está em desenvolvimento a segunda geração dos transgênicos, na qual o alimento poderá ter sua composição modificada em relação ao alimento tradicional. Há, por exemplo, pesquisas com alimentos ricos em vitamina A, ferro e Omega 3, mas ainda estão em fase de estudos.

As primeiras linhagens transgênicas na produção animal estão chegando mais lentamente. O primeiro animal transgênico a chegar ao mercado é o salmão, liberado nos Estados Unidos em 2001. O peixe foi modificado para produzir maior quantidade de hormônio do crescimento. O salmão transgênico cresce mais rapidamente que os convencionais. Outros animais transgênicos, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos, estão em fase final de avaliação e podem ser colocados no mercado nos próximos anos.

Até o momento, existem no mercado transgênicos com amadurecimento retardado (tomate), resistentes a vírus e insetos, e tolerantes a herbicidas, que estão possibilitando vantagens econômicas para os produtores. Isso porque as pragas, doenças e plantas daninhas reduzem a produtividade agrícola e contribuem com a elevação dos custos de produção, já que exigem a aplicação de diferentes tipos de defensivos agrícolas.

A tolerância a herbicida engloba o maior número de plantas transgênicas, atingindo 75% dos 58,7 milhões de hectares cultivados com transgênicos no mundo, conforme o ISAA (International Service for the Acquisition of Agri-biotech Applications). Variedades resistentes a insetos ocuparam 17%, e a combinação das duas características atingiu 8% da área mundial em 2002. Atualmente, os principais cultivos transgênicos no mundo com tais características são a soja, o milho, o algodão e a canola.

Tolerância a herbicidas

As sementes geneticamente modificadas surgiram, inicialmente, para oferecer inovações que trouxessem vantagens para os agricultores. As primeiras variedades transgênicas plantadas em larga escala foram desenvolvidas para facilitar o controle de plantas daninhas, como é o caso da soja tolerante ao herbicida glifosato.

As ervas daninhas competem com as culturas por água, nutrientes, luz e espaço físico. A dificuldade no controle das plantas daninhas está no fato de não existir um produto químico eficiente contra um amplo espectro de ervas e que não prejudique a cultura. As primeiras variedades transgênicas tolerantes a herbicidas foram desenvolvidas pela Monsanto e são conhecidas como Roundup Ready, tolerantes ao herbicida glifosato.

Os produtores rurais, especialmente os do Sul do Brasil, têm demonstrado interesse no plantio de variedades de soja Roundup Ready, uma vez que permitem fazer o controle das plantas daninhas com a aplicação de um único herbicida, reduzindo os custos da lavoura.

Resistência a pragas

Insetos-pragas danificam as culturas no campo, no armazenamento e durante o transporte. A bactéria Bacillus thuringienses (Bt) é um agente de controle biológico encontrado no solo que produz uma toxina contra as lagartas. A transferência do gene Bt para as variedades de milho, algodão, fumo, batata e soja as torna resistentes a certos tipos de insetos. Segundo especialistas, a proteína Bt não apresenta riscos para a saúde humana, além de permitir a redução de defensivos agrícolas.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está desenvolvendo uma variedade de feijão resistente ao vírus-do-mosaico-dourado e uma de mamão resistente ao vírus da mancha-anelar, que podem ajudar a evitar perdas e aumentar a produtividade.

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