André Malinoski/Redação Terra

Não houve derramamento de sangue na independência da Macedônia da Iugoslávia. O país, inclusive, tem uma colizão de governo formada por albaneses muçulmanos e macedônios cristãos. O local era tão "equilibrado" que serviu de base após o fim da guerra no Kosovo para as forças da Otan e da KFOR, ambas envolvidas no processo de paz nos Bálcãs.

Muitos se perguntam o porquê de o conflito atual estar centralizado em Tetovo, a segunda maior cidade da Macedônia, onde a maioria é de albaneses. Na semana passada, o conflito se acentou quando tiros foram trocados nas montanhas da cidade. No mesmo momento, havia uma manifestação do Partido da Democracia e da Prosperidade, de oposição, na cidade. O grupo de etnia albanesa pregava que os rebeldes podem conseguir apoio de outros países se a Macedônia não garantir os direitos e não oferecer melhores oportunidades aos albaneses.

A verdade é que muitos rebeldes são da Macedônia e de origem albanesa. Mas há um detalhe: muitos são kosovares, ex-combatentes da guerra, que não tem nada a perder nem a ganhar. Eles seriam do antigo Exército de Libertação de Kosovo e teriam encontrado uma nova causa pela qual lutar. A crise na Macedônia acontece quando os rebeldes albaneses estão sendo reprimidos em Kosovo e no sul da Sérvia. Em Kosovo, ex-rebeldes foram excluídos das eleições locais do final do ano passado. Uma humilhação ou mais uma entre tantas.

A Iugoslávia e a Macedônia assinaram um tratado sobre fronteiras que facilitou os esforços conjuntos para o policiamento de áreas montanhosas usadas por rebeldes e contrabandistas no mês passado. Os rebeldes, contrariados, aumentaram os enfrentamentos.

As autoridades macedônias exigem que a KFOR intensifique sua atuação para impedir que rebeldes e armas ultrapassem a fronteira de Kosovo, e têm pressionado a Otan a combater os rebeldes dentro da Macedônia. Tais tarefas não estão previstas no atual mandato da KFOR. É bem provável que muitos ainda morram na região até uma intervenção internacional ser efetuada.

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