O plano de racionamento de energia elaborado pelo Governo em junho passado afetou a produção industrial no mês de agosto em sete dos 10 estados federados analisados, afirma um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE, oficial). Segundo o informe do IBGE, entre os estados brasileiros afetados pelo racionamento energético, apenas o de São Paulo conseguiu um crescimento em sua produção industrial, ainda que apenas de 0,8% em relação ao mesmo mês do ano passado.Os dois outros estados que terminaram o mês de agosto com crescimento em sua produção industrial foram Santa Catarina (+5,2%) e Paraná (+2,2%), situados na região sul do país, que não precisaram cumprir o programa de racionamiento. Os demais sofreram retrocesso. Na região sudeste -a mais afetada pelo racionamento-, Minas Gerais teve redução de 4,3% na produção industrial, Rio de Janeiro caiu 2,6% e Espírito Santo, 2%.
Para o IBGE, as regiões que registraram crescimento tiveram influência da produção de bens de capitais, com desempenho positivo na exportação (especialmente no setor da agroindústria) e a produção de combustíveis. São Paulo, por exemplo, alcançou seu crescimento de 0,8% no setor industrial impulsionado pelo aumento em oito de 20 outras áreas analisadas, entre as quais se destaca a produção de baterias (pilhas) e armazenadores de energia elétrica, como resposta às necessidades decorrentes do racionamento.
No caso do Rio de Janeiro, o IBGE identificou baixas em nada menos que 12 de 16 áreas, e sua baixa não foi maior graças ao crescimento de 8,6% na extração de petróleo e gás natural. A maior baixa na produção industrial no país foi identificada pelo IBGE no Estado do Ceará, com um forte retrocesso de 8,8%, o que resulta numa queda de 5,1% no decorrer do ano.
No Estado de Pernambuco a queda da produção industrial foi de 4,2%, e na Bahia de 3,5%, apontou o estudo do IBGE.
O instituto também detectou uma queda de 0,8% no Rio Grande do Sul, que não enfrenta o racionamento de energia. Neste caso específico, aponta o estudo do IBGE, a queda deveu-se ao forte impacto que teve na economia local a antecipação do final da colheita de tabaco. O setor de produção de material elétrico também sofreu, registrando queda de 12,7% nessa linha.