A flexibilização de metas para pequenas e médias empresas, e um aumento esperado no mês de agosto são as explicações para a redução de consumo de energia no mês de agosto. Essas foram as causas apresentadas pelo ministro Pedro Parente, em entrevista coletiva há pouco no Palácio do Planalto, para que as regiões atingidas pelo racionamento não tenham alcançado a meta até a terceira semana deste mês. "De fato, nós tivemos a redução de consumo em agosto e não teremos este mês o desvio da curva guia (nível esperado dos reservatórios) que tivemos em junho e julho", afirma. De acordo com Parente, apesar do aumento do gasto de energia, o nível dos reservatórios tem se mantido acima do previsto.
No Sudeste e Centro-Oeste, a folga é de 2,72 pontos percentuais, pouco acima dos 2,46 registrados no final julho. No Nordeste, o nível das barragens está em 0,86 ponto percentual além do esperado, contra 0,44% no mês anterior. No reservatório de Tucuruí, o percentual é de 0,35, mas este déficit deve ser corrigido até o final do mês.
O nível de chuvas teve uma sensível melhora, passando de 56% para 59% da média dos últimos 70 anos. No Sudeste e Centro-Oeste, a variação foi de 75% para 76%. Na Usina de Tucuruí, que abastece os estados Pará, Maranhão e parte do Tocantins, todos afetados pelo racionamento, o nível de chuvas passou de 76% para 82%.
Parente disse ainda que nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, há um crescimento sazonal do consumo de 4% entre os meses de julho e agosto. No Nordeste, este percentual é de apenas 1%. "Vamos detalhar esta análise. Sobre o ponto de vista do programa, estamos com margem razoável em relação à curva guia. Mas não podemos relaxar".
A partir destes resultados, o ministro Parente descartou a adoção dos apagões no Nordeste nas próximas quatro semanas, e no Sudeste e Centro-Oeste, o prazo é até o final de setembro.