A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), distribuidora que atende 234 municípios do interior de São Paulo, um universo de 2,8 milhões de clientes, deverá sofrer uma redução de receita de R$ 420 milhões no período junho/dezembro em função do racionamento de energia elétrica. O montante corresponde a R$ 70 mil a menos por mês, o que equivale a 20% da receita mensal da empresa.
Além disso, segundo o diretor-comercial da CPFL, Oswaldo Feltrin, a distribuidora está tendo que arcar com mais da metade do pagamento de bônus aos consumidores de até 100 KW que conseguiram reduzir o consumo em mais de 20%. O pagamento de bônus referente ao mês de julho somou R$ 6,8 milhões, enquanto que os recursos arrecadados com a cobrança de sobretaxa ficaram em R$ 2,1 milhões.
O balanço do primeiro semestre, segundo Feltrin, também trará o impacto da alta do dólar em função da energia adquirida de Itaipu, negociada em moeda americana.
Feltrin explicou que a empresa começou hoje a cortar o fornecimento de energia dos clientes que ultrapassaram, pelo segundo mês consecutivo, a meta de consumo. Mas o diretor não soube informar o número exato de usuários que serão afetados pelo corte.
"A empresa tem capacidade parar realizar 70 mil cortes. Mensalmente são feitos 50 mil por falta de pagamentos das contas", disse Feltrin, que participa do seminário Energy Summit, em um hotel da zona Sul do Rio.