O governo decide na próxima terça-feira como será o racionamento na região Norte, algo inevitável diante da economia de apenas 9,8% atingida no mês de julho. Neste dia, a Câmara de Gestão da Crise de Energia (GCE) fará uma reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso para bater o martelo sobre o plano, que terá agora a aplicação da sobretaxa para quem não cumprir a meta e bônus para as pessoas e empresas que reduzirem seu consumo além do exigido. E o contingenciamento deverá ser determinado pela GCE imediatamente após o encontro, uma vez que a medida visa assegurar a continuidade da transmissão da energia para o Nordeste, região muito afetada pela seca.
O presidente da Câmara, ministro Pedro Parente, disse que não há ainda definição quanto ao percentual de redução a ser aplicado, mas não será superior aos 20% determinados atualmente para as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Parente explicou também que a região tem peculiaridades, com a maioria do insumo destinado às empresas eletrointensivas e aos consumidores de baixa renda, cuja demanda é de até 100 kWh/mês.
A medida vale somente para os Estados do Pará e do Tocantins, que são abastecidos pela hidrelétrica de Tucuruí. Também está incluído o Maranhão, pois recebe energia do sistema energético do Norte.
Em junho deste ano, os governadores desses Estados estiveram em Brasília com FHC para tentar negociar medidas mais brandas para a região. Ficou acertado que os governos estaduais tentariam uma redução voluntária de 15% em julho, sem a aplicação das sobretaxas e dos bônus.