Racionamento pode reduzir demanda da indústria da transformação
Terça, 24 de julho de 2001, 13h08
Para 20% das 1200 empresas da indústria de transformação consultadas pela Sondagem Conjuntural da Fundação Getúlio Vargas, o faturamento no trimestre julho/setembro será afetado pelo racionamento de energia elétrica. Outros 23% prevêem redução simultânea do faturamento e do emprego. Já 44% acreditam que será possível cumprir as metas de economia de energia, sem que haja prejuízo no faturamento, enquanto 6% reconhecem que não poderão cumprir as metas.
A crise energética foi apontada como uma das principais razões para que os empresários da indústria de transformação acreditem numa redução da demanda no terceiro trimestre do ano. Das empresas consultadas, 35% acreditam que haverá aumento, enquanto 23% apostam numa queda da demanda. No mesmo período do ano passado, o empresariado estava mais otimista estimando em 51% o aumento da demanda, enquanto apenas 8% acreditavam em uma redução.
O coordenador da pesquisa, Salomão Quadros, informou que a queda da demanda foi a mais acentuada no período de um trimestre. "Não estamos tão enfraquecidos, mas houve uma intensa perda de vigor", disse.
A 140ª Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação foi realizada entre 25 de junho e 23 de julho. As indústrias ouvidas faturaram em 2000 cerca de R$ 200 bilhões, o que representa 40% do total de vendas deste setor e empregam, aproximadamente, 860 mil trabalhadores.