O governo do Amapá vai abrir mão de cerca de R$ 23 milhões de ICMS em favor da Jari Energética S.A (Jesa), subsidiária do projeto Jari, que produz celulose na floresta amazônica. A renúncia fiscal será a contrapartida do estado para construção da maior hidrelétrica privada da região. Os recursos seriam arrecadados na compra de bens e mercadorias a serem usados na construção da hidrelétrica da cachoeira de Santo Antônio, no município de Laranjal do Jari (sul do Amapá). A obra deve começar em agosto. Com investimento previsto de R$ 100 milhões, a usina vai gerar 100 megawatts, com a vantagem ambiental das turbinas funcionarem aproveitando o fluxo natural do rio Jari, sem necessidade de inundar florestas para a implantação de um reservatório.
A renúncia fiscal foi aprovada pelo Confaz em reunião realizada em Goiânia. De acordo com cálculos divulgados pelo secretário de estado da Fazenda, Cláudio Pinho Santana, mais de R$ 6 milhões ao ano irão circular na economia local apenas com salários de pessoal empregado na obra, prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2004.
A usina vai atender principalmente fábricas de celulose e caulim, usados na produção de papel e indústria gráfica, além da vila residencial da empresa, em Monte Dourado, norte do Pará e as cidades de Laranjal do Jari e Vitória do Jari, no Amapá. A energia excedente será vendida para Eletronorte, estatal geradora energia na Amazônia.