A crise de energia e a baixa nas vendas está fazendo com que as montadoras do ABC paulista adotem férias coletivas para os funcionários. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, mais de 20 mil pessoas serão afetadas por essa medida.Só na Volks, 10 mil pessoas vão ficar sem trabalhar entre os dias 30 de junho e 8 de agosto. A montadora conta com 16 mil funcionários no total. Ainda não foram definidos os nomes dos funcionários que entrarão em férias. Outra montadora, a Scania, dará férias coletivas para cerca de 1600 pessoas, de um total de 2300 que trabalham na fábrica.
Mais duas montadoras já anunciaram que darão férias, mas ainda não definiram a duração, o período e os nomes dos funcionários que serão afetados pela medida. A Mercedes Benz já paralisou as atividades em dois sábados e deve adotar férias coletivas na fábrica do ABC no começo de agosto. Na fábrica mineira, em Juiz de Fora, a Mercedes já anunciou férias coletivas de 15 dias. A Toyota, também no ABC paulista, anunciou que as férias coletivas na empresa serão de dez dias.
Na segunda-feira, é a vez da Ford decidir se dá férias coletivas aos funcionários. Segundo João Ayres, diretor do Comitê Sindical da empresa, a proposta de férias coletivas está sendo estudada pela empresa e prevê férias de 11 dias para cerca de 3500 funcionários, entre os dias 23 de julho e 2 de agosto.
Para a Central Única dos Trabalhadores, a onda de férias coletivas é o prenúncio de que demissões nas montadoras estão por vir. O secretário nacional da entidade e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Carlos Alberto Grena, cita a pesquisa da Fiesp, que mostra a redução de 1700 (0,11%) empregos. "À medida em que o impacto do racionamento vai se aprofundando, a redução no nível de empregos pode ser ainda maior", afirma Grena.