A crise de energia pode reduzir quase pela metade a expectativa de crescimento para este ano. É o que revela um estudo da secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, divulgado há pouco. O documento diz que a previsão de crescimento da economia para este ano estimada em 4,4%, pode cair 2 pontos percentuais.O impacto poderia ser menor, apenas 0,8 pontos percentuais, se o governo decidir pela transferência de energia consumida pelas indústrias eletro-intensivas para o restante do setor produtivo.
Os eletro-intensivos (indústrias de cloro, níquel, alumínio etc) são responsáveis por 25% da energia consumida no país e 40% da energia gasta na indústria. A paralisação do setor representaria, no entanto, uma queda de apenas 0,42% do crescimento do PIB.
A Secretaria de Política Econômica recomenda a transferência de energia entre esses setores para permitir um crescimento de 3 pontos percentuais este ano. O estudo revela ainda que a redução de 20% da energia elétrica nos próximos seis meses diminuiria em apenas 0,24% do PIB previsto para este ano.
Se os eletro-intensivos economizassem 30% de energia em vez dos 25% recomendados pelo governo, e se essa energia fosse redirecionada para os outros setores, a queda no PIB seria de apenas um ponto percentual.