A termelétrica William Arjona, em Campo Grande, a primeira no Brasil a transformar o gás boliviano em energia elétrica e a primeira do Programa Prioritário de Termeletricidade do governo federal, vai atender 20% da demanda de 600 megawatts (MW) de Mato Grosso do Sul. Apesar de funcionar a gás desde 25 de maio, o complexo térmico da Centrais Geradoras do Sul do Brasil (Gerasul), subsidiária da empresa belga Tractebel, foi inaugurada simbolicamente nesta quinta-feira pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro de Minas de Energia, José Jorge.
FH aproveitou a simbólica inauguração de Arjona para lembrar que na próxima quarta-feira será lançado "um conjunto de programas" para o setor energético, para amenizar crise do setor provocada pela falta de planejamento e a dependência do país com relação ao sistema hidrelétrico, que fornece 92% do consumo nacional. "É um sinal claro para a população brasileira de que não estamos simplesmente vendo passar o tempo, esperando para ver se vai chover ou não vai chover, mas nos preparando para eventualidades".
Apesar de não eliminar a condição de importador de energia, a usina termelétrica de Campo Grande vai amenizar a deficiência que Mato Grosso do Sul tem no setor. Mais de 90% da energia consumida no estado são importados de outros estados, principalmente da região Sul. A energia produzida pela William Arjona está sendo comprada pela Enersul, que tem contrato de fornecimento com a Gerasul até 2003.
Além da térmica de capital sul-mato-grossense, outras duas usinas serão instaladas no Mato Grosso do Sul para gerar energia a partir do processamento do gás da Bolívia. Os projetos das térmicas de Corumbá (88 MW) e Três Lagoas (350 MW) estão atrasados em função da não-conclusão do licenciamento ambiental. Os dois projetos já têm a licença prévia, mas precisam da licença de instalação.