O presidente Fernando Henrique Cardoso reúne-se na próxima sexta-feira (29) com a Câmara de Gestão da Crise de Energia (CGE) para analisar o Programa Estrutural de Oferta de Energia, que entra em vigor ainda este ano e será estendido até 2003. Desenvolvido pelo grupo da CGE que está sob a coordenação do ministro de Minas e Energia, José Jorge, o programa visa aumentar a oferta de energia elétrica no país em 5 MW anuais até 2003, com a construção de novas usinas hidrelétricas e termelétricas.
A medida faz parte do trabalho do governo para vencer a crise energética em que se encontra o país e evitar o risco de novos racionamentos. Na semana passada, o presidente da CGE, ministro Pedro Parente, anunciou o balanço do racionamento nos primeiros vinte dias de junho.
De acordo com o levantamento feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as regiões Sudeste e Centro-Oeste registraram redução do consumo médio em 17,9%. Em valores absolutos, o consumo foi de 20.707 MW médios, pouco acima da meta fixada pelo governo de 20.165 MW médios.
Apesar da economia, a meta de consumo absoluto será reavaliada pelo ONS, mas Pedro Parente garantiu que as metas individuais não correm o risco de serem aumentadas. O motivo da mudança, segundo o ministro, é a existência de novos consumidores nas regiões que não haviam sido incluídos pelo ONS nos cálculos iniciais de consumo. Além disso, destacou que houve um acréscimo de 0,5% na quantidade de água armazenada nos reservatórios da região.
Na região Nordeste, a redução no consumo foi de 18,8%. A economia registrada em valores absolutos foi de 4.599 MW médios, ultrapassando em apenas 68 MW médios a meta definida pela CGE para o mês de junho. O problema na região consiste na falta de chuva. A estiagem já causou a variação negativa de 0,11% da capacidade armazenada nos reservatórios nordestinos.
Como a previsão climática é de mais seca para a região, Parente determinou ao ONS a transferência de até 300 MW médios por dia para os estados do Nordeste. Na avaliação do ministro, a medida deve resolver o problema da região, uma vez que a transmissão energética da usina hidrelétirca de Tucuruí, no Norte do país, está assegurada.