A Central Unida dos Trabalhadores (CUT) organiza hoje uma passeata pelas ruas do centro de São Paulo, para protestar contra os efeitos do racionamento de energia. "Esta história de apagão já custou milhares de empregos. A manifestação de hoje é para lembrar o Governo Federal que não haverá trégua para este absurdo", disse o secretário geral da CUT, João de Oliveira. A passeata, que segundo João deve reunir mais de dois mil pessoas, sairá às 11h da Praça da República com destino à Praça Ramos de Azevedo. O ato contará com a presença de aposentados, estudantes, servidores da Saúde, metroviários e professores. No próximo dia 27, a CUT organiza a "Marcha dos 100 mil", que levará ativistas de todo o País a Brasília, para protestar contra o racionamento e a corrupção.
No último dia 4, a Força Sindical, rival da CUT, também realizou uma passeata antiapagão no centro de São Paulo. Na ocasião, cerca de 800 manifestantes carregaram faixas e lamparinas pelas ruas da região central. Depois do protesto, um grupo de trabalhadores de empresas de chuveiros elétricos acampou em frente ao Ministério do Trabalho, para protestar contra demissões.
Tarifa de ônibus - O secretário geral da CUT, João de Oliveira, disse que a Central ainda não sabe se entrará na Justiça para cancelar o aumento da tarifa de ônibus na cidade, a exemplo do que fez a Força Sindical (a passagem subiu no dia 24 de maio de R$1,15 para R$1,40). Para João "seria precipitado falar sobre o assunto antes de discuti-lo com a cúpula". Na quarta-feira passada, o juiz João André de Vincenzo, da 12ª Vara da Fazenda Pública, concedeu uma liminar determinando a redução da tarifa para R$ 1,15 a todos os filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força.
A prefeitura, que entrou ontem com uma ação para recorrer da decisão, tem até o meio-dia de amanhã para acatar a ordem. O secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, disse que a atitude da Força é meramente política e que, caso a Justiça mantenha a redução, o sistema de ônibus pode ir à falência "em curto prazo". Ao contrário da Força Sindical, que faz oposição ao governo de Marta Suplicy, a CUT, tradicional aliada do PT, apóia a prefeita.
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