Artistas de teatro protestam contra apagão em São Paulo
Segunda, 11 de junho de 2001, 19h16
Alexandre Tahira
Artistas de teatro e circenses protestam contra o apagão com populares em São Paulo
A manifestação contra o racionamento de energia organizada pela classe teatral de São Paulo reuniu cerca de cem pessoas no centro da capital paulista. Mágicos, malabaristas e palhaços deram um toque diferente à manifestação dos artistas contra o apagão e chamaram a atenção de populares, que acompanharam o protesto. Segundo a presidente da Satet (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Estado de São Paulo), Lígia de Paula, a intenção era alertar a população para a crise. "É o prejuízo total. Nosso objetivo é chamar a atenção da população de que esse problema não é só nosso, é de todos. Não só do consumidor habitual de teatro como do público em geral", disse Lígia.
O próximo passo para o sindicato é um encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso. "Já fiz um primeiro contato com o secretário-geral da presidência Aloísio Nunes e só falta agendar o dia", afirmou Lígia. Além do encontro, o Satet não descarta ações jurídicas contra o racionamento. "Ainda não sei quais são elas, mas nosso departamento jurídico está estudando quais as medidas possíveis que a situação requer e na próxima semana teremos uma resposta", disse a sindicalista.
Lígia considera que a classe artística é uma das mais afetadas pela crise. "A maioria dos teatros não tem gerador para as apresentações, os teatros estão desmarcando pautas e produções estão sendo canceladas", alerta. Os artistas teatrais, junto a artistas de circo e populares concentraram-se por volta das 15h no largo do Paissandu e finalizaram a passeata nas escadarias do Theatro Municipal, por volta das 17h.
Desemprego - O sindicato alega que a diminuição da iluminação nas ruas prejudicaria o comparecimento do público às apresentações. Segundo Ligia, inúmeras produções já foram canceladas, resultado em cerca de 1,5 mil profissionais desempregados, teatros fechados e perda de dinheiro por parte dos investidores. "O racionamento está inviabilizando a produção artística e cultural brasileira", completa.