Segundo o Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletroeletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), as férias coletivas nas empresas que já decidiram adotar a medida vão afastar cerca de cinco mil funcionários do trabalho. Isso corresponde a cerca de 10% dos estimados 45 mil empregados no Pólo Industrial de Manaus (PIM). O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Maurício Loureiro, acredita que na segunda-feira, depois da avaliação da primeira semana de racionamento, outras empresas devem seguir o mesmo caminho.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) divulgou na terça-feira um balanço mostrando que o setor apresentou queda nas vendas de 4,3% em abril, efeito que os empresários afirmam, se repetiu em maio. "Os dois últimos meses trouxeram acúmulos de cerca de 30% nos estoques dos fabricantes", afirmou o presidente do Sinaees, Nelson Ida.

A explicação para a rápida e significativa retração nas vendas estaria na reação do consumidor aos apelos do governo federal para a contenção de consumo e a oscilação cambial. O decréscimo no consumo vem se somar à impossibilidade de repassar a elevação de custos dos insumos importados ao consumidor, alegou o dirigente. Medida paliativa, as férias coletivas vêm retardar o que poderá ser inevitável se a crise persistir. "Não queremos falar em demissão ainda. Mas, se não chover...", desconversou o dirigente.

A Sony da Amazônia pára totalmente sua produção na Zona Franca por dez dias a partir do próximo dia 18. Com isso, a indústria deixa de fabricar 60 mil aparelhos de áudio e vídeo.