Comissão diz que crise brasileira afetará toda a América Latina
Quarta, 06 de junho de 2001, 17h50
A crise energética brasileira provocará reflexo na economia de toda a América Latina. O secretário-executivo da Comissão Econômica para a América Latina, José Antônio Ocampo, previu hoje que o crescimento econômico da região será menor do que o calculado anteriormente. A estimativa para este ano, que era entre 2,7 % e 3% passou para algo em torno de 2,4% e 2,7%. No caso específico do Brasil, a projeção que era de 3,9% caiu para 3%.
Ocampo admitiu que as restrições impostas pelo Fundo Monetário Internacional aos investimentos das empresas estatais do país acabaram limitando a aplicação de recursos brasileiros na área de infra-estrutura. "A disciplina fiscal do Brasil atingiu muitas coisas, não foi só a energia", disse.
Para a Argentina, o secretário-executivo da Cepal fez previsões ainda mais sombrias. Segundo ele, a economia daquele país deve crescer no máximo 1%, isso se a atividade se reaquecer no segundo semestre. Em relação ao desempenho mundial, a Cepal trabalha com previsão de crescimento de 2% para 2001, contra 4% registrado no ano passado. "A economia mundial está em franco processo de desaceleração. Europa, Estados Unidos e Japão apresentam desempenhos inferiores aos do primeiro trimestre", assinalou Ocampo.