Governadores do Norte protestam contra possível racionamento
Quarta, 06 de junho de 2001, 11h31
O alerta feito pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) de que a região Norte precisava entrar no plano de racionamento já provocou a chiadeira dos governadores. O governador do Pará, Almir Gabriel, esteve há pouco com o ministro Pedro Parente, presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, para pedir que o estado não entre no racionamento, mas faça uma racionalização para redução do consumo de energia entre 10 e 15%.
"Nossa preocupação central é não reduzir a atividade econômica nem gerar desemprego", disse. Segundo Gabriel, a redução do consumo sem cobrança de sobretaxas nem cortes seria possível com maior empenho das indústrias, especialmente as de eletro-intensivos (cloro e alumínio). Essas indústrias, grandes consumidoras de energia, fariam redução entre 7,5% e 8%.
Almir Gabriel também fez outro alerta: a partir de julho, a usina de Tucuruí não terá mais capacidade de transmitir os mil megawatts que atualmente envia para o Nordeste e que garantem o abastecimento de, pelo menos, 20% dos nove estados da região. A transferência de mil megawatts do Norte para o Nordeste foi uma das condições impostas pela Câmara de Gestão da Crise de Energia.
O governador também propõe que a racionalização, se aceita, comece a partir de primeiro de julho. A Câmara propõe o racionamento a partir de 15 de julho para não aumentar a cota de racionamento do Nordeste.