Representantes do sindicato Central Única de Trabalhadores (CUT), majoritário no Brasil, transformaram esta sexta-feira num espetáculo crítico a crise energética em que o país vive, oferecendo em plena rua banhos quentes e ferros para passar a roupa para quem passasse por perto.Cerca de 50 sindicalistas instalaram em pleno centro de São Paulo um chuveiro portátil, montado dentro de uma cabine, para dar aos brasileiros "a oportunidade de tomar um banho quente", pois entrou em vigor esta sexta-feira o duro plano de racionamento de energia para a indústria e o comércio, explicaram.
Também se ofereciam para passar - com ferro a carvão - as roupas das pessoas: "ao preço de 1,99 real (um pouco menos de um dólar), símbolo da entrada do Brasil na globalização", brincaram. Eles mesmos, com roupas de banho, tomaram banho diante dos curiosos e passaram suas roupas, coincidindo com o primeiro dia do racionamento de eletricidade para a indústria e o comércio em quase todo o país. Uma das camisetas passadas, com a foto co presidente, Fernando Henrique Cardoso, trazia a mensagem "S.O.S. serviço público".
Instalaram ainda uma urna onde se lia: no país do apagão só não tem racionamento a corrupção", para que os transeuntes se manifestassem a respeito. A campanha pretende ser uma crítica ao governo e uma denúncia sobre a "responsabilidade deste na crise energética", informou a CUT.
A Força Sindical, outra das grandes centrais sindicais do país, já denunciou na véspera que a oferta de emprego foi reduzida em 41% por causa da crise energética e o impacto que os empresários esperam que tenha.