BC revê projeção para reajustes das tarifas de energia
Quinta, 31 de maio de 2001, 09h22
O Banco Central reviu sua projeção para o reajuste das tarifas de energia elétrica no restante deste ano, prevendo uma alta de 20% e não mais de 15,8%. É o que revela a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje. O aumento maior das tarifas será decorrente da cobrança de sobretaxa sobre as contas dos consumidores residenciais, que começa mês que vem.
Também foram reestimados os reajustes de transportes públicos, levando em conta o aumento de 21,7% das tarifas de ônibus urbanos em São Paulo, cujo peso no índice é significativo. Para o conjunto das tarifas públicas, incluindo combustíveis, energia, transportes públicos e telefonia, o reajuste total esperado é de 13,3%, com contribuição direta de 2,4 pontos percentuais para a inflação no ano.
O Copom entende que a crise de energia elétrica é um choque típico de oferta, que reduzirá a taxa de crescimento e pressionará os preços. Entretanto, considera que o choque é temporário e seus efeitos serão revertidos em 2002.
A diretoria do Banco Central avaliou que, se a taxa de juros básica (Selic) fosse mantida em 16,25% ao ano, a inflação ficaria ’consideravelmente acima de 4%’ este ano e muito próxima da meta de 3,5% em 2002. Por isso, decidiu elevar para 16,75% ao ano a Selic.