DISCOS SECRETOS
Luciano Ramalho
Se você trabalha diariamente com vários arquivos sigilosos, vai gostar do
PGPdisk. Com ele você cria um disco virtual dentro de seu disco rígido. Na
verdade, o disco virtual não passa de um arquivo cifrado, de tamanho fixo, que
pode conter seus documentos secretos. Ao criar um disco virtual você associa
uma frase-senha e uma letra de drive, como E:. Para usá-lo, basta um
duplo-clique e o PGPdisk fará com que seu conteúdo apareca associado à letra
escolhida, desde que você digite novamente a frase-senha.
Para fechá-lo, é só
usar o comando “unmount PGPdisk” que aparece clicando com o botão direito do
mouse sobre o ícone do disco virtual. Ele volta então a ser um mero arquivo
cifrado, que pode ser transportado ou copiado normalmente.
Se o conteúdo do
disco virtual precisa ser compartilhado por várias pessoas, o PGPdisk permite a
criação de múltiplas frases-senha e também a associação das chaves públicas dos
indivíduos que precisarão ter acesso.
Arquivos bem apagados
Além dos recursos tradicionais de cifragem e decifragem, o PGP 6 traz também
dois utilitários complementares que servem para apagar arquivos sem deixar
vestígios. Isso é necessário porque, ao cifrar um documento, o PGP na realidade
gera uma cópia cifrada do original. Mesmo que você apague do disco o documento
original, não é preciso ser um grande perito para recuperá-lo com o auxílio de
um programa especial como o Norton Utilities. Para evitar que isso aconteça,
você pode usar o comando “wipe” (limpar), que o PGP coloca no menu contextual
ao clicarmos com o botão direito do mouse sobre um arquivo. Antes de apagar o
arquivo, o “wipe” o sobrescreve múltiplas vezes com dados aleatórios impedindo
sua reconstituição.
Se você escreveu o documento original em um programa como o Word, é bem
provável que o aplicativo tenha gerado cópias temporárias enquanto você
trabalhava. Como essas cópias são apagadas pelo aplicativo, o comando “wipe”
não pode ser usado para eliminá-las. Para resolver esse problema, o PGP 6
inclui também o utilitário “Free Space Wiper”, ou limpador de espaço livre, que
realiza a mesma operação porém em todo o espaço vazio de seu disco rígido, que
pode conter fragmentos versões antigas de seus dados sigilosos. Apenas por
curiosidade, a documentação do “Free Space Wipe” traz o seguinte aviso:
“Sabe-se que empresas comerciais de recuperação de dados podem recuperar
arquivos sobrescritos até 9 vezes.” O mesmo documento recomenda, então que para
fins “militares” o espaço livre deve ser sobrescrito 18 vezes, ou até 26 vezes
para se obter o máximo de segurança!
» Conclusão »