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Jornalista cria plataforma para inclusão no mercado de trabalho

Plataforma digital que já ajudou centenas de pessoas pretas a se fixar no mercado de trabalho

6 dez 2022 - 16h29
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Feira de Afroempreendedorismo realizada pela Futuro Black. Créditos: Vinícius Ramos e Geoffrey Roy
Feira de Afroempreendedorismo realizada pela Futuro Black. Créditos: Vinícius Ramos e Geoffrey Roy
Foto: Marcela Caetano/ANF

Da insatisfação com a falta de representatividade de pessoas pretas ocupando lugares de destaque na sociedade, nasceu a Futuro Black, empresa social que tem como objetivo impulsionar vidas negras dentro do mercado profissional.

A princípio, a ideia era criar um projeto antirracista. O jornalista e produtor de TV Thiago Augustto sentia necessidade de ver pessoas negras sendo fontes de informação, não apenas aparecendo no mês da consciência negra ou para falar sobre temáticas como o racismo. Assim, começou a reunir em planilhas contatos de profissionais negros e de pessoas que ele conhecia. 

“Vi que poderia ser algo muito maior, tinham muitos empreendedores na plataforma. Então, surgiu a ideia de promover eventos de Afroempreendedorismo. Em paralelo, pensei em conectar pessoas da plataforma que estavam desempregadas a oportunidades de empregos e necessidade de promover cursos”, conta.

Mercado de trabalho e a população negra

Segundo dados de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros representam mais da metade da população brasileira somando 56,1%. Porém, desta parcela cerca de 47,4% trabalham na informalidade.

 Em 2020, o IBGE também apontou que apenas 11,9% dos maiores salários gerenciais são destinados a trabalhadores negros, enquanto 45,3% dessa população ocupa cargos com menor remuneração.

A população negra ainda é a mais afetada pelo desemprego que atinge o país e também representa 75,2% com menos ganhos.

O instituto Brasileiro ainda mostra que, em média, a renda de um trabalhador negro equivale a 57% do salário de um trabalhador branco.

Mestre Zé Negão, na 2ª feira Futuro Black. Créditos: Vinícius Ramos e Geoffrey Roy
Mestre Zé Negão, na 2ª feira Futuro Black. Créditos: Vinícius Ramos e Geoffrey Roy
Foto: Marcela Caetano/ANF

A luta é pela equidade

Embora muita coisa esteja mudando hoje em dia quando se fala de pautas raciais, ainda caminhamos a passos lentos pela equidade.

Pensando nisso, a Futuro Black busca investir em capacitações, cursos de línguas, promove ações para empresas e instituições e impulsionar o afroempreendedorismo conta Thiago: “hoje temos mais de 700 pessoas cadastradas na plataforma, centenas de pessoas já foram beneficiadas direta ou indiretamente. Nós fazemos conexões, impulsionamos”.

A empresa social conta com uma equipe formada por Thiago Augustto, idealizador do projeto, Iron Santos, designer de produtos, Dayse Rodrigues, Diretora da diversidade, Júlio Pascoal, diretor educacional, dentre outras pessoas que apoiam a iniciativa.

Desde o seu início em 2021, a Futuro Black já realizou duas feiras de Afroempreendedorismo, formações sobre reeducação racial e diversos eventos de promoção da cultura negra. Para se cadastrar no banco de dados basta preencher um formulário disponível no Instagram.

Perguntado sobre a perspectiva em torno do mercado de trabalho, Augustto acredita que representatividade não é o suficiente.

 “O mercado de trabalho ainda é muito excludente com pessoas negras, a gente não se enxerga nas grandes empresas, nos nossos chefes. Fico me perguntando: quanto tempo mais vamos esperar para que realmente haja uma equidade? A gente cansou de buscar apenas essa representatividade. Representatividade importa, mas ela por si só não ganha jogo. Não queremos uma figura única para representar o todo”.

ANF
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