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5 vezes que mães periféricas foram revolucionárias

Reivindicando direitos, lutando pelos filhos e conquistando espaços, mães das periferias de São Paulo representam o que é a maternidade

12 mai 2023 - 17h36
(atualizado às 17h38)
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Maria Vilani ao lado do filho, o cantor Criolo
Maria Vilani ao lado do filho, o cantor Criolo
Foto: @criolomc/Reprodução

À medida que o Dia das Mães se aproxima, celebrado neste ano em 14 de maio, não é surpresa afirmar que o amor materno é capaz de mover e transformar realidades. Em meio às dificuldades e obstáculos, muitas mulheres enfrentam constantemente barreiras da sociedade e, quando se trata de criar os filhos, não é diferente.

Não é incomum encontrar iniciativas em que mães se unem para facilitar as próprias rotinas, lutar pelos direitos dos filhos ou apoiar quem compreende a maternidade. Portanto, apresentamos aqui cinco exemplos de mães periféricas que se mostraram verdadeiras revolucionárias. Confira!

1) Movimento Custo de Vida 

Liderado por mães, o Movimento Custo de Vida levou mais de 1 milhão de assinaturas ao presidente Geisel em 1978
Liderado por mães, o Movimento Custo de Vida levou mais de 1 milhão de assinaturas ao presidente Geisel em 1978
Foto: Jornal Movimento/Reprodução

Nos anos 1970, um grupo de mulheres periféricas se mobilizou por meio do Clube de Mães, que ganhou força na zona sul da cidade de São Paulo.

O que começou como um espaço onde as mulheres aprendiam atividades artesanais, como bordado, crochê e tricô, evoluiu para um ambiente em que discutiam a realidade da época, em meio à política econômica ditatorial no Brasil.

Elas debatiam questões como saneamento básico, creches, escolas para as crianças e o aumento do preço dos alimentos. O movimento chegou até mesmo a entregar um abaixo-assinado com 1,3 milhão de assinaturas ao presidente Ernesto Geisel, em 1978.

2) Mumma in Dub 

Renata é idealizadora do projeto Mumma in Dub
Renata é idealizadora do projeto Mumma in Dub
Foto: @Mummaindub/Reprodução

Um grupo que atualmente representa a força e união de mães é o Mumma in Dub, um projeto de reggae que oferece lazer para mães que apreciam esse estilo musical.

A ideia foi tirada do papel por Renata Fernandes, moradora da Vila Jaguará, na zona oeste de São Paulo. Unindo reggae, gastronomia e empreendedorismo, a iniciativa proporciona um ambiente seguro para exercer a maternidade real e também curtir um som.

O ponto de partida foi a depressão pós-parto vivenciada por Renata. Após outras mães se identificarem com a questão, o projeto foi concretizado e passou a oferecer eventos que envolvem também os filhos, com recreação, comida e espaços acolhedores.

3) Maria Vilani 

Maria Vilani também mergulhou na poesia e na escrita, meio no qual é reconhecida após obras publicadas
Maria Vilani também mergulhou na poesia e na escrita, meio no qual é reconhecida após obras publicadas
Foto: Isabela Alves/Agência Mural

Ativista cultural reconhecida na zona sul de São Paulo, Maria Vilani vive no Grajaú desde 1975. Ao longo dos anos, ela se engajou para tornar a região uma referência em educação, cultura e arte. Além disso, é conhecida por ser mãe de Criolo, renomado artista do rap paulistano.

Maria Vilani compreendeu como auxiliar a comunidade em seu entorno por meio da maternidade, uma vez que criou cinco filhos. Ela começou a cuidar de crianças enquanto outras mães trabalhavam e, dessa forma, alfabetizou 31 crianças.

4) Mães de Maio 

O movimento simboliza a luta de mães que buscam o direito de vivenciar o luto após a perda dos filhos. Esse grupo surge como reação à violência estatal perpetuada pela Polícia Militar do Estado de São Paulo em 2006, em resposta aos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), quando a corporação empreendeu uma operação para prender os responsáveis pelas ações.

No entanto, além da relação entre a facção criminosa e a PM, a ação policial de maio de 2006 resultou na morte de mais de 400 pessoas. Desde então, o Mães de Maio é formado por mães que perderam os filhos para a violência policial, que afeta principalmente jovens negros e moradores de áreas periféricas.

Débora Silva, líder do grupo e mãe de um filho assassinado nesse contexto, hoje atua como ativista pelos Direitos Humanos. 

5) Luta pelo fim da discriminação 

Dulceline e Jaciana moram na periferia de São Paulo e são mães de crianças trans
Dulceline e Jaciana moram na periferia de São Paulo e são mães de crianças trans
Foto: Arquivo pessoal

A maternidade, muitas vezes, está intrinsecamente ligada à defesa dos direitos dos filhos. Esse é exatamente o caso das mães de crianças trans. 

Diante de estigmas e preconceitos que ainda persistem na sociedade, Jaciana Batista e Dulceline Vieira Rodrigues empreendem esforços para garantir os direitos de seus filhos, Gustavo Batista e Heloiza Correia, respectivamente. 

Jaciana, moradora do Rio Pequeno, na zona oeste, e Dulceline, da Vila Penteado, zona norte de São Paulo, enfrentam lutas semelhantes. Ambas se dedicam à inclusão de crianças trans no sistema educacional e em outras áreas, como a mudança e uso de nome social.

Agência Mural
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