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Conheça Dornelles, representante do funk queer: 'Faço o que preciso pela minha carreira'

Carioca, o primeiro palco de Dornelles foi a igreja que frequentava, mas suas inspirações iam de Furacão 2000 a Claudinho e Buchecha

22 set 2023 - 05h00
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Dornelles começou a cantar na igreja e atualmente vem crescendo como um artista do funk
Dornelles começou a cantar na igreja e atualmente vem crescendo como um artista do funk
Foto: Reprodução: Instagram/dornellesmusic - Créditos: d.lirio.s

Diretamente de Olaria, zona norte do Rio de Janeiro, Rafael Dornelles, de 24 anos, tem se destacado como uma figura promissora da cena musical brasileira. Sua jornada artística é marcada por sonhos, determinação e seu posicionamento como um artista queer do funk.

Assim como muitos artistas, o primeiro palco de Dornelles foi a igreja que frequentava, mas suas inspirações iam de Furacão 2000 a Claudinho e Buchecha. Vendo o crescimento de artistas LGBTQIA+ nos diferentes estilos de música, o cantor se sentiu ainda mais determinado. “Foi aí que pude ver que era possível chegar lá sendo quem sou”, diz, em entrevista ao Visão do Corre

Começar não foi fácil. Ele deu os primeiros passos na música de forma independente, em um estúdio local. “Levei os DJ’s da área, como DJ Swag do Complexo, para o estúdio e assim fizemos os primeiros sons. Depois conheci Malharo, que foi super importante pra minha evolução e juntos fizemos um dos maiores [hits] até agora. Se chama 'Queimado'”, revela. 

A música em questão foi vencedora da categoria "melhor clipe" na maior premiação queer do Brasil, o Prêmio Biscoito. Não parando por aí, Dornelles fez outro sucesso, a canção “Kama Surta”, que ganhou uma versão com a cantora Danny Bond, atingindo a primeira posição no iTunes Brasil.

Por mais que tenha referências de cantores pop, Dornelles é um artista do funk. “É meu gênero musical principal. Acabo experimentando outros ritmos misturados com o funk, tanto nos visuais quanto sonoramente. Creio que o diferencial está na ousadia de onde posso ir ao criar uma atmosfera completa para cada lançamento.”

Álbum saindo do forno

O cantor se prepara para lançar um álbum em 2024, inteiramente dedicaodo funk. “Sempre quis fazer um álbum, é como um objetivo de vida. Quero que o meu primeiro álbum seja de funk. É o gênero musical com mais braços que existe e eu quero mostrar o quanto estudei e aprecio isso", conta.

"O lead single virá agora nesse final de ano ainda, e já digo que é a minha música favorita com clipe produzido. Ela conta minha história. Mas, não quero lançar o álbum completo de uma vez, posso dizer que vamos trabalhar ele em partes.”

Mesmo passando por um momento difícil, Dornelles não desistiu de seu sonho e de sua carreira e para fazer o clipe de “Queimado” dar certo, ele precisou vender doces na rua.

“Não tenho a menor vergonha de fazer o que for preciso pela minha carreira. Andava de Olaria, Penha, Ramos, Complexo do Alemão, quase toda zona da Leopoldina. Muita gente me ajudou, ajudaram tanto que além de conseguir meu celular, paguei o clipe mais importante da minha vida até aqui”, diz Dornelles.

Além de Danny Bond, que ao ouvir a música “Kama Surta” ficou viciada e pediu para participar de um remix da mesma, o artista carioca também já colaborou com Gabeu. A dupla se uniu para criar “Colo da Tropa”, uma junção do funk e do sertanejo - que com apenas uma semana, acumula 200 mil reproduções no Spotify e 150 mil visualizações no YouTube.

Fora da caixa

“Ser um artista queer é automaticamente te colocarem numa caixa e essa caixa, por mais que às vezes seja confortável, é limitador. Um exemplo que posso citar é a análise de playlist nas plataformas digitais, os artistas LGBT+ entram nas playlists de artistas LGBT+, independente de qual seja seu gênero musical", analisa. 

Dornelles, inclusive, está entre os nomes que estão rompendo esse padrão. Sua colaboração com Gabeu conquistou um espaço na playlist “Funknejo” do Spotify, compartilhando espaço com grandes nomes do funk e do sertanejo.

"Quando você abre uma playlist editorial do funk, por exemplo, você vai ver apenas MC’s fora dessa bolha. Precisamos romper isso, sabe? É muito importante existir playlists de pessoas LGBT+ mas é tão importante quanto estarmos no meio dos grandões que estão no topo.”

O objetivo de Dornelles é criar "estratégias e métodos que furem esse estereótipo". "E mostre para os idealizadores musicais que nos encaixamos em qualquer espaço assim como qualquer outro”, finaliza. 

Fonte: Visão do Corre
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