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Primeiro caso confirmado de novo coronavírus no Pará é importado do Rio de Janeiro

Homem de 37 anos apresentou febre e 'pequena disfunção respiratória' que o levou à internação; Estado investiga 19 pessoas suspeitas de infecção

18 mar 2020 - 21h02
(atualizado às 22h11)
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SÃO PAULO - O governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou nesta quarta-feira, 18, o primeiro caso confirmado de covid-19 no Estado, que também investiga 19 pessoas suspeitas de infecção pelo novo coronavírus. Segundo ele, o homem de 37 anos, de Belém, contraiu o vírus no Rio de Janeiro, recebeu alta médica ainda nesta quarta e as pessoas próximas a ele, sem sintomas, estão sendo monitoradas.

O secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, detalhou que o homem chegou de viagem em 2 de março, com início dos sintomas quatro dias depois. Ele apresentou febre e "pequena disfunção respiratória" que o levou à internação em um hospital privado.

A príncípio, não foi considerada a possibilidade de ser infecção pelo novo coronavírus, mas Beltrame afirmou que o paciente permaneceu isolado desde o primeiro momento devido à condição respiratória. Segundo o secretário, o homem recebeu alta antes da confirmação de estar com o vírus porque, mesmo após colher amostra, teve melhora e a recomendação em casos leves da enfermidade é permanecer em isolamento domiciliar.

O governador do Pará disse que 24 leitos de UTI estão bloqueados para atender possíveis demandas decorrentes do novo coronavírus, dos quais 3 estão em hospital público. Ele disse que, se for necessário, a quantidade poderá ser ampliada. Barbalho afirmou que o Estado tem 700 leitos de UTI na rede pública, mas que o governo decidiu "não criar uma concorrência para a rotina de UTI com esse novo fator, a demanda por coronavírus".

As informações sobre o primeiro caso no Pará foram dadas durante coletiva de imprensa no Pará com a presença de Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, ele disse que também nesta quarta-feira foi concluído o processo de capacitação de todos os 27 laboratórios centrais nos Estados para realização dos testes para o novo coronavírus. Segundo ele, atualmente há 15 mil testes distribuídos no Brasil e, nesta semana, serão enviados mais 10 mil testes.

Oliveira reforçou que os testes que detectam o novo coronavírus são para casos sintomáticos. "Para o paciente, saber se tem ou não coronavírus não muda o manejo, a forma como o médico deve tratá-lo, porque não existe medicamento para o vírus, não existe vacina. A confirmação é para orientar as pessoas e evitar a dispersão do vírus", disse o secretário. Ele informou que 30% das doenças respiratórias tem algum coronavírus envolvido. "São 42 espécies diferentes, sendo que 7 causa mdoenças em humanos."

Na noite desta quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que existem 428 pessoas infectadas com o novo coronavírus no País e 11.278 sob suspeita. Segundo Oliveira, a cada três dias o número de casos confirmados e suspeitos dobra.

Campanha de vacinação contra a gripe

No encerramento da coletiva, Barbalho reforçou a campanha nacional de vacinação contra a gripe, que terá início em 23 de março e não previne contra o novo coronavírus. A primeira etapa vai imunizar idosos e profissionais da saúde.

Em 16 de abril, o foco serão os profissionais da educação, das forças de segurança e salvamento, e pessoas com doenças crônicas. No dia 9 de maio, serão vacinadas crianças de 6 meses a menos de 6 anos, grávidas, mulheres no pós-parto, pessoas com 55 anos de idade ou mais, população indígena e pessoas com deficiência.

Estadão
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