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Como o lipedema pode restringir o movimento do seu joelho

Se não tratado, lipedema pode diminuir a mobilidade da região do joelho e acelerar a degeneração da articulação

12 jan 2024 - 06h10
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Foto: Reprodução

Após ser padronizado como doença em 2022, o lipedema ganhou mais reconhecimento, mas ainda hoje tende a ser negligenciado por médicos e pacientes, atrasando o diagnóstico e tratamento com consequente piora do quadro, o que pode levar, inclusive, a problemas ortopédicos no joelho. 

“O lipedema é caracterizado pelo acúmulo anormal de tecido gorduroso com aumento desproporcional do tamanho principalmente das pernas e quadris. Esse acúmulo de gordura pode causar uma restrição importante na amplitude do movimento do joelho, que é medida em graus. Para exemplificar, enquanto uma pessoa sem lipedema tem uma amplitude de movimento do joelho de até 140°, indivíduos com a condição podem ter essa amplitude reduzida para 90°”, explica Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

E os danos que a condição pode causar à saúde do joelho não se restringem apenas à diminuição da mobilidade da região. 

“A presença de tecido adiposo em excesso na parte interna da coxa pode causar uma sobrecarga do joelho, pressionando o compartimento medial dessa articulação. Esse aumento de pressão leva à aceleração da degeneração da articulação do joelho, que, eventualmente, pode exigir uma cirurgia para colocação de prótese na região, procedimento conhecido como artroplastia”, diz o médico.

Ele ressalta que, em casos de lipedema, é fundamental que o tratamento da condição seja realizado antes da substituição da articulação do joelho por próteses. 

“Caso a artroplastia do joelho seja realizada sem o devido tratamento do tecido adiposo, os problemas de mobilidade causados pelo lipedema persistirão e a degeneração da articulação pode continuar a ocorrer”, ressalta o especialista.

Evolução do tratamento

Aline Lamaita, cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, afirma que o tratamento do lipedema evoluiu muito e, hoje, existem abordagens eficazes. 

“Apesar de ser uma doença crônica, isto é, sem cura, o lipedema pode ser controlado quando devidamente abordado. E hoje temos uma linha de tratamento eficaz nesse sentido que envolve uma equipe multidisciplinar composta por cirurgião vascular, nutricionista, fisioterapeuta e, eventualmente, ortopedista e cirurgião plástico”, diz a Aline. 

“É muito importante destacar que o tratamento do lipedema não se restringe a cirurgia com lipoaspiração para retirada da gordura. Esse é apenas um dos pilares no controle da doença, que é realmente essencial em alguns estágios, melhorando muito a qualidade de vida da paciente. Mas o tratamento clínico precisa ser feito antes e depois, em todos os casos, com medicamentos e uso de meias de compressão. Além disso, mudanças no estilo de vida também são indispensáveis para modulação do estado inflamatório, com adoção de uma alimentação anti-inflamatória e prática regular de atividade física”, ressalta a especialista.

Um caso para a artroplastia

Não é incomum que apenas o tratamento do lipedema já seja suficiente para reduzir dores e problemas de mobilidade no joelho. Mas, uma vez que a condição esteja sob controle, o médico pode recomendar a realização da artroplastia caso seja necessária. 

“O objetivo da artroplastia é a substituição da articulação desgastada por uma prótese de joelho, que pode ser feita de diferentes materiais, como metal e polietileno, um tipo de plástico”, diz Marcos Cortelazo.

Ele destaca que, hoje, existem próteses feitas sob medida para cada paciente com base em imagens de tomografia computadorizada que permitem que o médico analise o tamanho, o formato e a posição dos ossos do joelho, garantindo assim um encaixe perfeito. 

“Com isso, a cirurgia é mais rápida, há menor necessidade de cortes ósseos e a prótese pode ser posicionada com maior facilidade”, destaca o ortopedista. 

As próteses de joelho personalizadas são indicadas na maior parte dos casos em que a artroplastia total é necessária. “No entanto, pacientes que já apresentam perda óssea ou deformações severas podem não ser elegíveis. Torna-se então ainda mais importante que os pacientes não adiem a artroplastia para que as deformidades não piorem, assim impossibilitando a utilização dessa tecnologia inovadora”, acrescenta.

Por fim, vale ressaltar que o diagnóstico e o tratamento precoce também são fundamentais no caso do lipedema para evitar que o problema se agrave. 

“Além de dificuldades de locomoção e problemas ortopédicos nos joelhos, o lipedema, se não tratado, pode levar ao surgimento de condições como linfedema e disfunções circulatórias, como insuficiência venosa. Por isso, é importante prestar atenção aos sintomas da doença, que incluem aumento simétrico do tamanho dos membros, principalmente das pernas e quadris, apesar de também afetar os braços em um menor número de casos; dificuldade de perder peso, principalmente na parte inferior do corpo; sensação dolorosa ao toque; aumento da frequência de hematomas espontâneos; e maior tendência ao acúmulo de líquido”, finaliza Aline Lamaita.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão. 

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