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Sapo-cururu, tão comum no Brasil, virou uma praga na Austrália

O sapo-cururu, tradicional no Brasil, chegou à Austrália em 1935, em uma tentativa de combater pragas que ameaçavam plantações de cana-de-açúcar. No entanto, o plano resultou negativo. Saiba as razões.

20 nov 2025 - 11h00
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O sapo-cururu, também conhecido como sapo-cururu brasileiro ou sapo-cururu-da-cana, tem fama por sua presença marcante em diversas regiões do Brasil. Essa espécie, de nome científico Rhinella marina, aparece frequentemente em áreas alagadas, jardins e até mesmo em ambientes urbanos, desempenhando papel notável no equilíbrio ecológico local. Entretanto, seu percurso ganhou uma reviravolta ao atravessar oceanos e ser introduzido em outros territórios, como a Austrália, onde seu impacto foi significativamente diferente.

No Brasil, o sapo-cururu faz parte do imaginário popular, sendo citado em músicas e lendas. Seu ciclo de vida e hábitos alimentares incluem o consumo de numerosos insetos, o que ajuda a controlar pragas agrícolas. Entretanto, a importância e as consequências da introdução desse anfíbio em outros continentes, como a Oceania, destacam desafios que vão além de suas funções naturais.

O sapo-cururu chegou à Austrália em 1935, em uma tentativa de combater pragas que ameaçavam plantações de cana-de-açúcar – depositphotos.com / StephenBridger
O sapo-cururu chegou à Austrália em 1935, em uma tentativa de combater pragas que ameaçavam plantações de cana-de-açúcar – depositphotos.com / StephenBridger
Foto: Giro 10

Por que o sapo-cururu foi levado para a Austrália?

O sapo-cururu chegou à Austrália em 1935, em uma tentativa de combater pragas que ameaçavam plantações de cana-de-açúcar. Agricultores e autoridades locais buscavam formas de controlar besouros que destruíam as lavouras, comprometendo a economia do setor agrícola. Assim, o método consistia em utilizar predadores naturais para combater esses insetos, tomando como exemplos casos bem-sucedidos de controle biológico em outros lugares.

Dessa forma, aconteceu a liberação de cerca de 102 sapos-cururus no início da colonização da espécie na Austrália, na esperança de que eles reduzissem rapidamente a população de pragas. Portanto, a expectativa era que o sapo-cururu fosse um aliado dos agricultores, evitando perdas na produção de cana-de-açúcar e melhorando o cenário agrário local.

Como o sapo-cururu virou uma praga australiana?

Ao contrário do esperado, o sapo-cururu não conseguiu se alimentar dos besouros que devastavam as lavouras, pois esses insetos ficavam em regiões inacessíveis para o anfíbio. Assim, com poucos predadores naturais para controlá-lo, o sapo-cururu encontrou condições ideais para se reproduzir intensamente na fauna australiana. Os recursos abundantes e o clima favorável permitiram a multiplicação acelerada da espécie em território australiano.

Em pouco tempo, a população do sapo-cururu se ampliou de maneira alarmante, ocupando vastas áreas e afetando negativamente a biodiversidade nativa. Animais endêmicos da Austrália, que não possuíam adaptação para lidar com o veneno do sapo-cururu, sofreram severos impactos após consumir a espécie por engano. Espécies de répteis, mamíferos e aves enfrentaram declínios populacionais, mudando o equilíbrio de ecossistemas inteiros.

Quais os danos causados pelo sapo-cururu na Austrália?

Entre os principais problemas provocados pelo sapo-cururu na Austrália, destaca-se o risco para animais nativos. O veneno liberado por sua pele, considerado altamente tóxico, resulta em mortalidade de predadores que tentam consumi-lo. Essa barreira química transformou o sapo-cururu em um desafio para as cadeias alimentares locais. Estudos apontam que há registros de predadores como serpentes, répteis e mamíferos nativos sofrendo graves consequências após entrar em contato com sua toxina.

  • Perda de biodiversidade nativa causada pela intoxicação de predadores.
  • Competição com espécies locais por fontes de alimento e abrigo.
  • Rápido aumento populacional devido à ausência de predadores naturais.

Além disso, o sapo-cururu passou a se adaptar a diferentes habitats, avançando por zonas úmidas, agrícolas e urbanas no território australiano. A expansão territorial da espécie compromete o equilíbrio de ecossistemas, ultrapassando milhões de indivíduos em 2025. Iniciativas de controle variam entre campanhas educativas, barreiras físicas e pesquisas com predadores naturais, mas o problema ainda desafia cientistas e gestores ambientais.

Entre os principais problemas provocados pelo sapo-cururu na Austrália, destaca-se o risco para animais nativos – depositphotos.com / StephenBridger
Entre os principais problemas provocados pelo sapo-cururu na Austrália, destaca-se o risco para animais nativos – depositphotos.com / StephenBridger
Foto: Giro 10

Como é feito o controle do sapo-cururu na Austrália?

A Austrália investe em diversas estratégias para tentar conter a proliferação do sapo-cururu. Iniciativas envolvem remoção manual, estímulo à pesquisa de métodos biológicos e desenvolvimento de barreiras naturais. Programas educativos têm orientado a população sobre os perigos dessa espécie invasora, buscando evitar que animais domésticos sejam expostos aos riscos do veneno.

  1. Coleta manual e controle populacional em áreas específicas.
  2. Adoção de barreiras físicas em regiões sensíveis.
  3. Acompanhamento científico voltado para predadores resistentes ao veneno.
  4. Campanhas de conscientização ambiental e proteção da fauna local.

Mesmo com inúmeras iniciativas, a erradicação completa do sapo-cururu se mostra improvável em curto prazo. O desafio exige inovação constante e uma abordagem integrada entre governos, moradores e especialistas, visando soluções equilibradas para proteger a biodiversidade australiana.

Por que espécies invasoras representam um risco tão grande?

O caso do sapo-cururu ilustra um princípio fundamental da biologia: a introdução de uma espécie em um novo ambiente pode desencadear consequências imprevisíveis e desafiadoras. Espécies invasoras, ao encontrarem condições favoráveis e ausência de predadores naturais, tendem a se proliferar descontroladamente, gerando desequilíbrios em ecossistemas que evoluíram sem sua presença.

Esse fenômeno reforça a importância de avaliações criteriosas antes de transportar organismos para novos habitats, evidenciando como decisões do passado ainda refletem no presente. O sapo-cururu tornou-se um símbolo das consequências de intervenções humanas na natureza, cuja gestão exige aprendizado contínuo e colaboração entre ciência e sociedade.

Giro 10
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