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Diretor da Calvin Klein diz que grafite de SP inspira coleção

Há dez anos na grife, Francisco Costa encerrou a semana de moda de NY com coleção inspirada no Brasil

13 set 2013 - 12h14
(atualizado às 12h14)
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Francisco Costa, 49 anos, é a simpatia em pessoa. O fato de ser diretor criativo de uma das grifes mais badaladas do mundo, além de único estilista com dois troféus CFDA (Council of Fashion Designer of America) - prêmio considerado o Oscar da moda mundial - não deixa o mineiro, nascido em Guarani, menos humilde. Durante desfile em comemoração aos 10 anos de comando da marca, realizado na semana de moda de Nova York, ele faz questão de colocar a família e os amigos da cidade natal na primeira fila, ao lado de famosos como Nicole Kidman e Anna Wintour.

Em entrevista para o Terra, ele fala em inglês quase o tempo todo, mas conta que o Brasil sempre uma grande fonte de inspiração: "eu fui para São Paulo há um tempo e um amigo me levou para conhecer aquelas ruazinhas com grafite da Vila Madalena. E lá foi o início de toda essa história".

Foram exploradas camadas, peças estruturais, franjas, transparências e até mesmo couro de cobra. As cores foram neutras e o preto enfatizado com um verso colorido. O destaque fica para as tiras de papéis coloridos usadas tanto nas roupas, como nas bolsas.  

"A coleção é bem desafiadora, diversa.  É uma mistura do aspecto orgânico e do aspecto técnico. Eu explorei muito a silhueta, a arquitetura das peças. Adoro oversize t-shirt e calça larga, estilo calça de pintor", detalha Costa.

A irmã, Jacymara Costa, diz não perder nenhum desfile e não poupou elogios ao estilista: "ele era artista desde pequeno, fazia teatro e o figurino do teatro. A gente tinha uma fabrica de roupas infantis e ele sempre dava umas opiniões. Com 7, 8 anos ele já sabia o que queria, com 13, botou uma escola de samba na rua; desenhou todo o figurino e adereços. E ele tem uma grande vantagem, é um líder nato, é muito simples e, ao mesmo tempo, muito exigente". 

Costa é o segundo de cinco filhos. Após a morte da mãe, ele e um amigo deixaram Minas Gerais e foram para Nova York. Na época, ele tinha apenas 21 anos e não falava inglês. Após se matricular em um curso do idioma e começar as aulas de moda no Fashion Institute of Technology, foi trabalhar com Herbert Rounick, com quem a Seventh Avenue fazia vestidos para Oscar de la Renta e Bill Blass. Com o tempo Francisco Costa foi trabalhar diretamente com de la Renta, a quem ele credita tudo o que aprendeu sobre moda.

Ainda quando trabalhavam para Oscar de la Renta, Francisco se consultou com um vidente, que previu que ele trabalharia na Calvin Klein. Ele conta o caso entre muitas risadas: "eu nunca me esqueci disso, porque foi tão absurdo na época. Uma semana depois disso eu recebi uma oferta para trabalhar com a Gucci e pensei 'gente, que loucura isso, né?'. E aquilo me marcou tanto, porque Calvin Klein era tão diferente de tudo o que eu fazia com o Oscar de la Renta. E, dez anos depois, me chamaram para trabalhar na Calvin Klein".

"Quando eu cheguei em Nova York, nos anos 80, tinha o Basquiat, uma energia incrível nas ruas, que hoje você só encontra no Brooklyn. Então, eu quis brincar um pouco com essa ideia de fazer uma coleção moderna, feminina sofisticada, mas, ao mesmo tempo, uma coleção divertida", conta o estilista.

Ao ser questionado sobre o quanto a Calvin Klein evoluiu ao seu comando, ele exalta seu aprendizado: "a evolução da marca eu não sei, mas eu sei que eu ainda estou evoluindo e quero evoluir cada vez mais".

Apesar de não descartar a hipótese de ter sua própria grife, se, nestes dez anos, é possível afirmar alguma coisa é que, de Calvin Klein, só mesmo a etiqueta, porque a coleção é toda Francisco Costa. 

Fonte: Especial para Terra
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