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Roteiro do autor é mais visível na Academia Brasileira de Letras
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Fabio Motta/AE
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A casa mudou, mas o local onde morou o escritor é o mesmo
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Há muito o que ver de Machado na Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele deixou como herança à Academia todos os seus livros, papéis e recordações literárias. A maior parte do acervo está em exposição e pode ser vista em uma agradável visita guiada por um grupo de monitores artistas que contam a história do local com teatro e música.No Centro de Memória, um prédio anexo à Academia, há uma sala com vários objetos que pertenceram ao escritor, como o braseiro que ficava em frente de sua casa, onde o bruxo do Cosme Velho (como ele ficou conhecido por causa do vaso de metal que lembra um caldeirão) viveu seus últimos 24 anos. Além do objeto chamado "caldeirão do bruxo", na sala ficam a cama de ferro e bronze de Machado e de sua mulher, Carolina, e algumas peças de decoração, como um cachorro de madeira, um jogo de xadrez e um quadro, Dama do Livro, que o escritor ganhou de presente de amigos. Biblioteca Nacional - Ao longo de sua história a Biblioteca teve várias sedes. A primeira delas ocupou as salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, na Rua Direita, hoje Rua 1.º de Março. Em 1810 ela foi transferida para o lugar que havia servido de catacumba aos carmelitas, sendo esta a data oficial de sua fundação. Em 1822, passa a se chamar Biblioteca Imperial e Pública da Corte e em 1857 muda para o prédio neoclássico na Rua do Passeio. O prédio atual da biblioteca, de 1910, não foi freqüentado por Machado, que morreu em 1908. A que ele conheceu foi a da Rua do Passeio. Muitos dos lugares citados e freqüentados pelo escritor não existem mais, como o Morro do Castelo, que veio abaixo em 1905 para que fosse construída a Avenida Rio Branco. Também é o caso da última casa em que viveu o escritor, no número 18 da Rua Cosme Velho, derrubada durante o regime militar e onde hoje funciona uma pizzaria. O Passeio Público, por exemplo, foi um rico parque de vegetação, monumentos e esculturas muito disputado pelos endinheirados da Corte. O escritor costumava passear pelo jardim com José de Alencar, de quem era amigo e admirador. Atualmente, com a decadência do centro, os jardins foram abandonados e até a Fonte dos Amores, ladeada por pirâmides de granito, que era a grande atração do local, não funciona mais. Outros locais mudaram de endereço, como a ABL. A primeira sede foi, a partir de 1904, o Edifício do Siligeu Brasileiro, na Avenida Augusto Severo, onde ficava o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. A atual só foi ocupada a partir de 1923, depois da morte do autor. Totalmente informatizada, possui microfilmagem de mais de 1.500 páginas das obras do escritor. Também está lá a estátua de bronze com pedestal de granito vermelho de Machado feita pelo escultor Humberto Cozzo. Leia mais » O Rio sob o olhar de Machado de Assis » Centro do Rio foi cenário para personagens de Machado de Assis » Saiba como chegar aos locais preferidos de Machado de Assis
O Estado de S. Paulo
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