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O Rio sob o olhar de Machado de Assis
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Reprodução
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Machado de Assis
morou no Rio a vida toda
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O Rio de Janeiro continua lindo, mas a antiga capital federal a qual Machado de Assis (1839-1908) fez referências em obras como Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memórias Póstumas de Brás Cubas não existe mais. O que ficou foram vestígios de um tempo em que a cidade era não só a capital política como também a social, econômica e cultural do País.Por isso, esqueça um pouco as belezas naturais da Cidade Maravilhosa e se concentre na peculiaridade da obra do autor. Se o forte da literatura do considerado melhor escritor brasileiro está no desenvolvimento psicológico dos personagens, preste atenção nas ruas, becos, praças, igrejas, teatros e lojas. Imagine que os personagens machadianos transformam sua obra em uma espécie de guia carioca. Por este ponto de vista, o protagonista é, sem dúvida, o centro velho do Rio, em ruas como a do Ouvidor, Riachuelo (antiga Matacavalos), da Alfândega (antiga Rua Mãe dos Homens) e Correia Dutra (antiga Rua Bela da Princesa). Mas há também passagens pelo Flamengo, Catete, Morro do Castelo, Glória, Botafogo, Tijuca, Laranjeiras, Santa Teresa, São Cristóvão e inúmeros outros pontos. Foi na Rua da Velha Guarda (atual 13 de Maio) que o escritor começou sua carreira como aprendiz de tipógrafo. E foi na do Cosme Velho que ele morou. Vida e obra - Nascido em junho de 1939 no Morro do Livramento, bisneto de escravos, filho de um pintor de paredes e de uma açoriana, o grande autor nasceu um menino pobre, mulato, gago e epilético. Na infância, vendeu doces para ajudar a família. Consta que adquiriu o gosto pela literatura em conversas com a mãe. Morreu aos 69 anos de idade. Machado de Assis publicou uma extensa obra literária, mas não é por isso que é considerado gênio. Seu trabalho inclui todos os gêneros literários - contos, críticas, poesia, crônicas romances -, até mesmo os que ainda não têm denominação. São as chamadas obras-primas, como Dom Casmurro, considerado o livro mais completo da literatura brasileira. Em nenhum deles descreveu com detalhes a exuberância das paisagens cariocas. Mas quando se referia aos pontos turísticos e bairros principais - Corcovado, Morro do Castelo, Botafogo, etc. - deixava transparecer uma admiração profunda pelo Rio, cidade que morou a vida toda. É o que se deduz de um artigo escrito para o jornal A Semana, no qual relata a experiência de guia de um viajante: "Chegamos ao alto (do Morro do Castelo), a igreja estava aberta e entramos. Sei que não são as ruínas de Atenas: mas cada um mostra o que possui. O viajante entrou, deu uma volta, saiu e foi postar-se junto à muralha, fitando o mar, o céu e as montanhas, e, ao cabo de cinco minutos: 'Que natureza vocês têm!'" Leia mais
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O Estado de S. Paulo
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