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Nos arredores da Catalunha
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Antônio de Oliveira/AE
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A cidade de Besalu,
no interior da Catalunha
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Barcelona enche os olhos do visitante e, dependendo do tempo que se tem para visitá-la, pode não sobrar espaço para outras coisas. Mas vale a pena desviar os olhos da metrópole para se afundar um pouco pela Catalunha, uma região que mistura os encantos da montanha com os mistérios do mar. Bem perto - de trem, não mais de duas horas de viagem - está San Sadurni d’Anoia, uma pequena cidade que tem mais cavas por metro quadrado do que qualquer outro lugar no mundo. Além das fábricas da Codorniù e da Freixenet (a primeira delas promove visitas durante boa parte do ano), existem centenas de cavas, algumas das quais com restaurante anexo. Um tipo diferente de restaurante: funciona aos domingos e o visitante tem de levar a comida, geralmente carne, que eles preparam de forma semelhante ao nosso churrasco em gigantescas grelhas. Um pouco mais adiante fica Villafranca del Penedés, onde está instalado o Museu del Vi (Museu do Vinho) e a vinícola Torres, fabricante de um dos vinhos catalães conhecidos no Brasil. De carro, leva-se em torno de uma hora para chegar ao parque Montseny, um parque público instalado numa propriedade privada. Um pequeno caminho corta uma região mágica, de paisagens magníficas, e termina numa corrente onde uma senhora cobra um pedágio simbólico. Atenção para o ritual: a velha senhora guarda a moeda num cofrinho e cuidadosamente preenche um comprovante - a mão. Pode parecer um programa religioso, mas conhecer Montserrat é muito mais do que isso. É um monastério beneditino situado a 725 metros de altitude. Dá pra ir de carro, mas o mais divertido é ir de trem. Da estação, um bondinho vence todos os metros até o alto enquanto se acentua o arrepio que sobe pela espinha até a raiz dos cabelos. No alto, uma catedral monumental guarda a imagem de La Morenita, a Nossa Senhora negra, padroeira da Catalunha. Mais arrepios vão acontecer se a visita for por volta das 13 horas, quando um coro de meninos canta no interior da igreja. Fora, a paisagem é ao mesmo tempo assustadora e maravilhosa: pedras gigantescas guardam ameaçadoras as construções centenárias, formando um constraste incrível. É bom levar um agasalho: naquela altura, sempre faz frio. O mar está ali, a poucos passos. A Catalunha é banhada pelo Mediterrâneo e seu litoral forma a chamada Costa Brava, que encadeia cidades de nomes encantadores: Tossa de Mar, Platja del Racó, Lloret de Mar., Palafrugell... Comparadas às distâncias brasileiras, nenhuma delas está muito longe. Mas talvez a mais bela das cidades mediterrâneas da Catalunha seja Cadaqués, pequena vila com cerca de dois mil habitantes, situada quase na fronteira com a França. Para chegar lá, é preciso vencer a serra do Peny numa estrada estreita e sinuosa. Mas vale a pena: é tão bela e charmosa que conquistou outro gênio catalão, Salvador Dalí, que lá morou durante muitos anos com sua amada Gala. VEJA TAMBÉM:
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Agência Estado
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